Cresce fila de navios atracados para embarque de açúcar

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     Porto Alegre, 08 de maio de 2019 – O total de navios que aguarda para embarcar açúcar nos portos brasileiros estava em 61 na semana encerrada em 06 de maio, contra 38 na semana anterior (29 de abril), de acordo com levantamento realizado pela agência marítima Williams Brasil. Conforme o relatório, foi agendado carregamento de 2,564 milhões de toneladas de açúcar, ante 1,597 milhão de toneladas na semana anterior.

    Pelo Porto de Santos (SP) deve ser carregada a maior parte, 2.099.132 toneladas, ou 82% do total. Depois aparecem o porto de Paranaguá, no Paraná (360.154 toneladas – 14%), Maceió, nas Alagoas (99.804 toneladas – 4%) e Recife-PE (5.000 toneladas). A carga de açúcar a ser exportada consiste da variedade VHP (2.444.190 toneladas), Cristal B150 (52.000 toneladas) e Refinado A45 (67.900 toneladas). O relatório da agência leva em conta as embarcações já ancoradas, as que estão em largo esperando atracação e ainda as com previsão de chegada até o dia 23 de junho.

Usinas aguardam por medidas de apoio

A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA) espera que o Governo Federal aprove medidas de apoio ao setor de açúcar e etanol o quanto antes, pois “elas são essenciais para a sobrevivência do setor”. Em entrevista à Agência SAFRAS, o diretor-técnico da UNICA, Antonio de Pádua Rodrigues, disse que a entidade está aguardando o resultado dos trabalhos dos três ministérios envolvidos na avaliação das reivindicações (Agricultura, Economia e Minas e Energia).

    Segundo Rodrigues, todas as medidas em discussão, como a desoneração temporária de tributos federais sobre o etanol e a liberação de recursos para estocagem (warrant), são necessárias para que o setor “não entre em colapso”.

     Com a pandemia de Covid-19 e o recente choque no petróleo, os preços do óleo e do etanol despencaram, ao mesmo tempo em que a demanda por combustíveis caiu drasticamente com as medidas de isolamento social adotadas por estados e municípios. Dados do governo divulgados hoje indicaram que o consumo de etanol hidratado caiu 49% em abril no comparativo anual.

     “Cada medida em discussão tem suas particularidades. O aumento da Cide sobre a gasolina, se aprovado, teria um período de noventa dias para entrar em vigor. Já a warrantagem precisa ser desenhada pelos bancos, com o estabelecimento de critérios e condições. Nosso pleito abrange a combinação da desoneração da PIS/COFINS sobre o etanol e a oneração da gasolina, o que viabilizaria a competitividade do biocombustível”, apontou Rodrigues.

    Entre as solicitações das usinas, está uma redução temporária da carga tributária federal sobre o etanol hidratado, além de uma elevação, também temporária, da cobrança da Cide sobre a gasolina, que passaria de dez centavos por litro para cinquenta centavos. Hoje, a cobrança da PIS/COFINS no etanol hidratado é de cerca de 24 centavos por litro.

     Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS Copyright 2020 – Grupo CMA