Porto Alegre, 24 fevereiro de 2021 – O último informe técnico divulgado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), nesta terça-feira (23), apresenta cotações superiores a R$ 150, enquanto no início da comercialização da safra 2020/2021 o preço cotado era de R$ 75,43. Segundo a Associação ambas as cotações não representam o real valor pago pela saca de 60 quilos de soja, uma vez que o agricultor comercializa sua produção ao longo de toda a safra, iniciando antes mesmo do processo de semeadura.
“O produtor de grãos faz média de preço, de acordo com suas travas (barter) e as oportunidades de mercado. Por enquanto, o preço médio obtido pelo produtor, está por volta de R$98,77 por saca de soja, nesta safra 2020/2021”, explica o presidente da Aprosoja/MS, André Dobashi.
De acordo com a Associação os agricultores geralmente comercializam mais de 50% da safra futura, de forma antecipada. E até o final da primeira quinzena de fevereiro de 2021, 61% da safra já havia sido comercializada, antes mesmo do início efetivo da colheita.
Nos primeiros 3 meses de 2020 os agricultores sul-mato-grossense comercializaram mais de 30% do atual ciclo, por preços abaixo de R$ 85. “Isso impacta, de forma significativa, na composição do preço médio da soja”, explica Dobashi.
Nos meses seguintes a comercialização diminuiu o ritmo e ao iniciar 2021, o agricultor optou por esperar a colheita para seguir com segurança nas negociações, já que elas ultrapassam a casa dos 60% da safra comercializada.
A Associação ressalta a importância dessa correlação entre os dados, a fim de verificar o porcentual comercializado e o preço em cada período, pois esse fator impacta no momento de conferir o custo de produção.
Segundo o departamento econômico da Aprosoja/MS esse estudo reforça a correlação entre o percentual comercializado na safra 20/21 e o preço obtido em cada praça, levantados diariamente e ainda lembra que os maiores volumes de comercialização do ciclo atual, ocorreram em fevereiro e março de 2020, com 13% e 12%, respectivamente. Nos dois meses a saca do grão foi negociada abaixo de R$ 84.
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