Porto Alegre, 26 de maio de 2021 – A Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures US) para o açúcar bruto encerrou o pregão eletrônico com cotações em baixa.
Os contratos com entrega em julho/2021 encerraram o dia a 16,78 centavos de dólar por libra-peso, baixa de 0,26 centavo (ou 1,52%) em relação ao fechamento anterior. A posição outubro/2021 fechou cotada a 16,93 centavos (-1,45%).
O mercado cai com realização de lucros após o forte fechamento da sessão anterior, quando a posição julho voltou a superar a linha de 17 centavos de dólar por libra-peso depois de tocar em mínimas de um mês nas intradiárias, a 16,54 centavos.
Conforme operadores ouvidos pela Reuters, o mercado global de açúcar “segue relativamente bem abastecido e não há sustentação para um rally contundente”. Eles acrescentaram que as chuvas registradas nas últimas duas semanas devem aliviar parcialmente o déficit hídrico no solo na região Centro-Sul do Brasil.
Do lado fundamental, impactaram negativamente os futuros do açúcar bruto os relatórios divulgados pela União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA) e pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Conforme a UNICA, as suas usinas associadas do Centro-Sul produziram 2,376 milhões de toneladas de açúcar na primeira quinzena de maio, ante 2,485 milhões de toneladas no mesmo período de 2020, uma queda de 4,4%. O volume, no entanto, ficou acima da expectativa do mercado, que apontava para uma produção de 2,17 milhões de toneladas, de acordo com pesquisa conduzida pela S&P Global Platts.
Já o USDA estimou que produção global de açúcar deverá crescer para 185,537 milhões de toneladas na temporada 2021/22, ante 179,855 milhões de toneladas em 2020/21, ou 3%. A demanda global do adoçante totalizará 174,408 milhões de toneladas em 2021/22, um novo recorde, ante as 171,802 milhões de toneladas apontadas para 2020/21 (alta de 1,5%). Assim, o mercado internacional de açúcar terá que lidar com um excedente de oferta de 11,13 milhões de toneladas em 2021/22, após superávit de 8,05 milhões de toneladas em 2020/21. Conforme o USDA, a maior produção na União Europeia, Índia e Tailândia mais do que compensará o declínio previsto para o Brasil.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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