Porto Alegre, 30 de julho de 2021 – Os preços internacionais do açúcar apresentaram ganhos em julho, estendendo o modo de recuperação deflagrado em junho. Os contratos com entrega em outubro do açúcar bruto negociados na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) fecharam a sessão do dia 29 de julho a 18,30 centavos de dólar por libra-peso, alta de 2,3% em relação à última cotação de junho (17,89 centavos de dólar por libra-peso no dia 30).
Segundo analistas, as cotações futuras do açúcar bruto foram impulsionadas por preocupações com a safra brasileira, tanto a deste ano como a do ano que vem, após alguns eventos de geadas registrados em canaviais da região Centro-Sul. Danos foram registrados desde o Paraná até o Mato Grosso do Sul, embora muitas lavouras atingidas já tenham sido colhidas, o que significará, na prática, perda zero para a safra 2021. Os danos são cumulativos e as plantas já estão estressadas por conta de uma prolongada estiagem.
Logo, o viés para as cotações futuras do açúcar bruto é positivo, apesar de ainda haver sinalizações de demanda fraca. A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) relatou que as recentes frentes frias mataram canaviais em regiões produtoras do Centro-Sul. Com isso, ainda na sessão do dia 29, a posição outubro do açúcar bruto estabeleceu máximas de cinco meses, tocando em 18,81 centavos.
Colheita da cana
Conforme novo relatório de acompanhamento da safra da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), o volume de cana moída na safra 2021/22 caiu 7,36% no Centro-Sul, atingindo 256,750 milhões de toneladas entre 01 de abril e 16 de julho, ante 277,149 milhões de toneladas no mesmo período de 2020/21. Já a produção de açúcar recuou 7,16%, totalizando 15,203 milhões de toneladas, contra 16,375 milhões. A produção de etanol total caiu 3,13%, atingindo 11,807 bilhões de litros. Já a produção de anidro aumentou 23,25%, para 4,312 bilhões de litros, enquanto a de hidratado diminuiu 13,75%, para 7,496 bilhões de litros. A proporção de cana colhida direcionada para a produção de açúcar na safra 2021/22 está em 46,09%, ante 46,65% na temporada passada. Já o mix do etanol aumentou de 53,35% para 53,91%.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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