Cotações do açúcar em queda no Brasil, com fraca atividade compradora

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O mercado físico de açúcar teve a segunda semana de janeiro marcado por fortes ajustes de baixa ao longo das regiões produtoras do Centro-Sul. A média de preços para a saca de 50 kg de cristal com até 150 Icumsa caiu de R$ 136,00 para R$ 132,00, embora no final do período tenha se recuperado parcialmente para níveis de R$ 134,00.

     O consultor de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, afirma que a volatilidade da semana foi pontuada pela forte retração compradora das indústrias que se mostram amplamente abastecidas frente às compras em grandes volumes ocorridas ao longo de novembro e dezembro. 

“O grande detalhe é que a forte baixa da segunda semana de janeiro de R$ 136 para R$ 132 a saca acabou despertando um ímpeto comprador de curto prazo diante das barganhas que os preços mais baixos representavam. Porém, com retorno da demanda pontual de algumas indústrias ao nível de R$ 132, rapidamente as usinas elevaram seus preços para R$ 134 em função do ressurgimento da ponta compradora”, afirma.

Em Nova York o açúcar bruto para o atual driver Março/23 teve uma semana de moderada volatilidade em função de vetores gráficos de curto prazo e de assimilação de uma entressafra chuvosa no Centro-Sul do Brasil. Essa condição, aborda Murici, deve motivar uma forte recuperação nos canaviais locais de 20 milhões de toneladas entre a safra atual e a futura. “Isto acaba deixado o mercado sob relativa tendência de baixa, mesmo frente à eventuais repiques de alta de curto prazo”, diz. 

Mercado de etanol 

Já o mercado físico de etanol teve uma segunda semana de janeiro marcada por uma clara tendência de baixa diante da ausência quase total da ponta compradora junto às usinas. “O que temos observado é que as distribuidoras se encontram muito bem abastecidas frente às compras realizadas antes do final do ano anterior”, afirma Muruci.

Além disso, o mercado brasileiro não apresenta níveis válidos de competitividade para o etanol hidratado desde maio de 2022, o que tem relegado a demanda interna pelo biocombustível a níveis mínimos na evolução mensal, avalia o consultor.  

“Para complicar ainda mais o cenário há a expectativa que até o final do mês que vem retornem à atividade de moagem as primeiras usinas que devem antecipar o início da safra nova 2023/24. Isto pode acelerar ainda mais as quedas de preços que já são visíveis no mercado com a retomada da ampliação da oferta de curto prazo em meio a um cenário de demanda fortemente deprimida”, conclui.  

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     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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