Porto Alegre, 9 de julho de 2021 – O mercado brasileiro para a carne suína esteve arrastado na semana, com frigoríficos cautelosos na aquisição de animais. Houve ligeira melhora da reposição entre atacado e varejo, o que pode favorecer reajustes no curto prazo. “A entrada da massa salarial na economia e o alto preço da carne bovina são fatores que devem ajudar a busca pelos cortes suínos no curto prazo”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia.
Segundo o consultor, a preocupação entre os suinocultores é grande neste momento, dado o fraco preço do vivo e pelo custo de produção, que está em tendência de alta, o que deve manter as margens deterioradas ao longo das próximas semanas.
Ele lembra que os dados da exportação da carne suína brasileira de junho foram fortes, mas o mercado deve se atentar à evolução daqui em diante, dada a especulação em tono da China. “A forte queda dos preços da suinocultura chinesa podem levar a uma atuação mais comedida em suas importações”, completa.
Exportação
As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) alcançaram 108,8 mil toneladas em junho, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,2% o resultado alcançado no mesmo período de 2020, quando foram exportadas 96,1 mil toneladas.
Com o segundo melhor desempenho mensal da história do setor (superado apenas por março deste ano, quando foram embarcadas 109,2 mil toneladas), as exportações de carne suína em junho geraram receita de US$ 270,2 milhões, número que é recorde histórico no levantamento mensal para o setor. O resultado supera em 36,5% o saldo das vendas de junho de 2020, com US$ 198 milhões.
No acumulado dos seis primeiros meses de 2021, foram embarcadas 562,7 mil toneladas, volume 17,39% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 479,4 mil toneladas. Com isso, a receita das exportações entre janeiro e junho alcançou US$ 1,349 bilhão, número 25,4% superior ao alcançado no mesmo período de 2020, quando foram registrados US$ 1,076 bilhão.
“O retorno da atividade econômica em várias regiões do mundo tem impactado positivamente as exportações do setor. A menor oferta em países concorrentes, como é o caso dos EUA, tem levado o Brasil a aumentar sua participação no comércio global de carne suína e, dadas as previsões, deve ser a tônica ao longo deste ano de 2021”, avalia o diretor de mercados da ABPA, Luis Rua.
“O mercado asiático e alguns países da América do Sul mantiveram demanda positiva sobre as exportações brasileiras, mantendo a previsão de crescimento nas exportações para este ano. O bom desempenho das exportações tem contribuído para reduzir os impactos dos custos históricos de produção”, analisa Ricardo Santin, presidente da ABPA.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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