Porto Alegre, 28 de fevereiro de 2020 – Em meio a um início de ano tumultuado e de readequação de caminhos em meio ao surto de coronavírus, a comercialização de soja ganhou ritmo no Brasil no mês de fevereiro. Os preços permaneceram firmes, principalmente por conta do câmbio favorável. No balanço do mês, os contratos futuros em Chicago também subiram.
O coronavírus trouxe preocupação quanto ao ritmo do crescimento da economia mundial. Os investidores buscaram opções mais seguras e o clima de menor aversão ao risco fez o dólar subir frente a outras moedas e com o real não foi diferente.
Há também temores de que a China não cumpra com as determinações da fase 1 do acordo comercial fechado com os Estados Unidos no final do ano passado. Com isso há pressão sobre os contratos futuros em Chicago. Mesmo assim, o contrato maio acumulou alta de 0,93% em fevereiro, encerrando o dia 27 a US$ 8,95 por bushel.
Mas o principal motivador de negócios no mercado interno, incluindo um bom volume exportado no período, foi mesmo o câmbio. O dólar comercial subiu 4,43%, atingindo a máxima histórica de R$ 4,477. Além da pressão externa, as incertezas políticas internas também impulsionaram a moeda americana.
No Porto de Paranaguá, a saca de 60 quilos subiu de R$ 86,50 para R$ 90,00 em fevereiro. Em Cascavel, o preço passou de R$ 80,50 para R$ 81,50. No Rio Grande do Sul, a cotação saltou de R$ 83,50 para R$ 86,00. Em Rondonópolis (MT), a saca avançou de R$ 78,00 para R$ 79,50.
Exportação
As exportações de soja em grão do Brasil renderam US$ 1,236 bilhão em fevereiro (15 dias úteis), com média diária de US$ 82,5 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 3,554 milhões de toneladas, com média diária de 236,9 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 348,00.
Na comparação entre a média diária de fevereiro e janeiro, houve uma alta de 253,4% no valor médio diário exportado, de 250,2% no volume embarcado. O preço médio teve ganho de 0,9%. Na comparação com fevereiro de 2019, houve baixa de 12% na receita média diária e de 10% no volume. O preço caiu 2,2%.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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