Copom retomou discussão sobre limite mínimo da Selic – Ata

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     Porto Alegre, 11 de agosto de 2020 – O Comitê de Política Monetária (Copom) retomou, na reunião da semana passada, a discussão sobre um potencial limite efetivo mínimo para a taxa básica de juros brasileira, revela a ata divulgada hoje. Segundo o documento, para a maioria dos membros do Copom, esse limite é “significativamente maior” em economias emergentes do que em países desenvolvidos devido à presença de um prêmio de risco.

     Nesse contexto, o Copom avalia que os juros baixos sem precedentes podem comprometer o desempenho de alguns mercados e setores econômicos, com potencial impacto sobre a intermediação financeira. “O Comitê refletiu que um ambiente com juros baixos sem precedentes pode gerar aumento da volatilidade de preços de ativos e afetar o bom funcionamento e a dinâmica do sistema financeiro e do mercado de capitais”, diz a ata.

     Assim, o Copom concluiu que “eventuais novas reduções na taxa de juros exigiriam cautela e gradualismo adicionais”. Para tanto, seria necessário maior clareza sobre atividade e inflação, fazendo com que essas novas reduções fossem “temporalmente espaçadas”.

     Nesse sentido, o Comitê do Banco Central considerou a utilização de uma “prescrição futura” (isto é, um ‘forward guidance’) como um instrumento de política monetária adicional. Para o Copom, apesar das limitações, a prescrição futura é a “estratégia de implementação de política monetária que atualmente apresenta a melhor relação custo benefício”.

     “A prescrição futura cumpre o papel de transmitir a visão do Comitê sobre suas ações futuras e tende a ajustar as expectativas expressadas na parte intermediária da curva de juros”, afirma o BC, na ata da reunião da semana passada. Segundo o documento, tal prescrição é condicional às expectativas de inflação no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2021 e, em grau menor, o de 2022.

     No curto prazo, o Banco Central prevê que a inflação tende a mostrar arrefecimento, após alta mais forte em julho. Isso porque a incerteza sobre o ritmo de crescimento econômico segue “acima do usual’, sendo que os dados mais recentes sugerem uma recuperação parcial da atividade doméstica, com os segmentos mais afetados pelo distanciamento social permanecendo “bastante deprimidos”. As informações são da Agência CMA.

     Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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