Porto Alegre, 18 de março de 2020 – Em meio à pandemia do novo
coronavírus, causador da Covid-19, o Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros, a Selic, em 0,50 ponto
percentual (pp), para 3,75% ao ano (aa) – uma nova mínima histórica. Foi o
sexto corte consecutivo na taxa. As informações partem da Agência CMA.
A redução representa uma mudança na tendência do Copom, que indicou na
reunião passada a manutenção da taxa em 4,25%. Esta indicação, porém, não
resistiu ao cenário mundial de pandemia do novo coronavírus e aos impactos
que a doença está exercendo sobre a economia mundial e do Brasil.
Segundo o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o cenário
mudou de forma muito brusca. “Houve um efeito muito forte do câmbio, também
uma perspectiva de uma desaceleração aguda da economia. Então o Banco
Central, além de outras medidas como a redução do compulsório, também
decidiu reduzir a taxa básica de juros”.
A redução da taxa de juros não terá efeito imediato na economia –
segundo Agostini sempre há uma defasagem dos efeitos entre nove e doze meses,
mas “é importante a redução para manter a confiança na economia. Sabemos
que haverá a desaceleração da economia e com isso um aumento na demanda de
produtos de primeira utilidade e por isso é importante sinalizar para aumentar
a confiança e minimizar o pânico que parece tomar algumas pessoas”, afirmou.
A decisão está em linha com o termômetro CMA. Das 27 instituições
ouvidas, 14 previam um corte de 0,50 pp, enquanto oito esperavam corte menos
intenso, de 0,25 pp. Três delas esperavam manutenção dos juros em 4,25% ao
ano.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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