Porto Alegre, 22 de maio de 2021 – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reforçou sua inclinação a uma alta mais acelerada da taxa básica de juros (Selic) no curto prazo, indicando na ata da última reunião que avaliou a possibilidade de elevar a taxa de forma mais intensa naquele encontro.
“Frente à revisão da trajetória de política monetária implícita nas suas projeções, o Comitê avaliou uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários já nesta reunião”, afirma a ata da reunião ocorrida na semana passada. “Considerando os diversos cenários alternativos, o Comitê entendeu que a melhor estratégia seria a manutenção do atual ritmo de redução de estímulos, mas destacando a possibilidade de ajuste mais tempestivo na próxima reunião”, acrescentou.
O Copom indicou que viu duas vantagens em sua decisão de elevar a Selic em 0,75 ponto porcentual (pp), como havia sinalizado anteriormente, em vez de anunciar um aumento mais intenso na taxa.
A primeira vantagem, segundo a ata, seria “acumular mais informações sobre os tradicionais determinantes da inflação e, em particular, de alguns de seus aspectos qualitativos” – entre eles a evolução dos preços “inerciais” (que se ajustam à inflação passada) e o comportamento das expectativas de inflação “tanto da pesquisa Focus quanto o implícito nos preços de mercado”.
A outra vantagem, segundo o Copom, seria apresentar ao mercado financeiro uma distinção clara entre a transparência sobre as projeções condicionais e as “intenções invariantes de política monetária”.
“O compromisso inequívoco do Banco Central é com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e os passos futuros da política monetária são livremente ajustados com esse objetivo, conforme novas informações se tornam disponíveis”, disse o Copom.
“Desse modo, indicações sobre a trajetória futura dos juros, sejam para a próxima reunião ou para o patamar final, são elementos úteis para a compreensão da função de reação da política monetária. As informações obtidas no período entre as reuniões do Copom modificam as hipóteses presentes no cenário básico e no balanço de risco, e naturalmente alteram a trajetória futura dos juros”, acrescentou. As informações são da Agência CMA.
Revisão: Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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