Porto Alegre, 25 de abril de 2025 – Apesar do ritmo lento e da baixa liquidez atual, ganham força no mercado do arroz os sinais de esgotamento da pressão baixista que predominou nas últimas semanas. A afirmação é do analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
“Embora a movimentação comercial siga contida, o sentimento entre os agentes é de que os preços atingiram um piso técnico, com margem limitada para novas quedas — e possibilidade crescente de correções positivas no curto a médio prazo”, explica o analista.
Esse novo cenário é sustentado principalmente por dois fatores: de um lado, o forte controle de oferta por parte dos produtores, que permanecem retraídos, priorizando o ritmo de colheita e evitando comercializações em patamares considerados pouco remuneradores; de outro, um aumento gradual de demanda por parte das indústrias, à medida que os estoques operacionais começam a se esgotar e a regularidade no abastecimento se torna mais desafiadora.
No campo, a colheita da safra gaúcha segue avançando. “Mas um fator técnico vem chamando atenção: mais de um quinto dos grãos colhidos estariam sendo destinados à parboilização, reflexo da perda de qualidade em parte da produção”, adverte o consultor.
A colheita do arroz no Rio Grande do Sul atingiu 85,7% da área semeada, segundo relatório do Irga. A Fronteira Oeste e a Planície Costeira Externa são as regionais mais próximas de concluir a colheita, com 95,3% e 95,1% da área, respectivamente. A Planície Costeira Interna contabiliza 86,4% da área colhida, seguida pela Zona Sul com 83,9%, Campanha com 76,3% e Região Central com 65,5%.
Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz em casca no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) fechou a quinta-feira (24) em R$ 77,24, alta de 0,14% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, o recuo era de 3,84%. Em relação a 2024, a desvalorização atingia 26,62%.
Rodrigo Ramos/ Agência Safras News
Copyright 2025 – Grupo CMA