Consumo retraído pressiona cotações do suíno no Brasil em outubro

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     Porto Alegre, 29 de outubro de 2021 – O mercado brasileiro de suínos vai se aproximando do final de outubro do mesmo jeito que iniciou o mês: pressionado. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, nem mesmo durante a primeira quinzena do mês houve espaço para altas de preço. “Os frigoríficos atuaram com cautela na compra de suínos, avaliando seus estoques e refletindo um escoamento da carne aquém do esperado, o que ajudou a derrubar os preços.

     Maia destaca que o entrave da carne bovina, com exportação para a China travada, foi negativo para as proteínas concorrentes. “Este ponto deverá seguir merecendo atenção no curto prazo”, explica.

     Além disso, a preocupação dos suinocultores segue crescente em meio ao fraco poder de barganha, o que deixa margens deterioradas. “Nem mesmo as quedas recentes do milho trouxeram algum ânimo aos granjeiros”, pontua.

     A crise da suinocultura chinesa, afetando o ímpeto importador já se reflete nos volumes de embarques do Brasil em outubro. “Esse fator seguirá como ponto de atenção ao longo das próximas semanas”, alerta.

     Na última segunda-feira (25), o SECEX divulgou que até a quarta semana de outubro o Brasil exportou 65,636 mil toneladas de carne suína fresca, refrigerada ou congelada, com média diária de 4,375 mil toneladas. “O ritmo da exportação caiu na última semana atingindo aproximadamente 15,5 mil toneladas. Seguindo está linha, o embarque de outubro ficaria próximo a 81 mil toneladas (sem considerar o industrializado). O preço médio da tonelada exportada segue em queda”, acrescenta.

     Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo na região Centro-Sul do Brasil caiu 7,76% no mês, passando de R$ 6,56 para R$ 6,05. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado retrocedeu 3,74%, de R$ 11,47 para R$ 11,04. A carcaça atingiu um valor médio de R$ 9,49, queda de 8,77% frente ao registrado no final de setembro, de R$ 10,40.

     A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo caiu de R$ 145,00 para R$ 126,00. Na integração do Rio Grande do Sul o quilo vivo retrocedeu de R$ 5,70 para R$ 5,65. No interior do estado a cotação baixou de R$ 6,80 para R$ 6,00.

     Em Santa Catarina o preço do quilo na integração se manteve em R$ 5,80. No interior catarinense, a cotação baixou de R$ 6,90 para R$ 6,05. No Paraná o quilo vivo mudou de R$ 6,85 para R$ 6,15 no mercado livre, enquanto na integração o quilo vivo prosseguiu em R$ 5,65.

     No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande recuou de R$ 6,20 para R$ 5,70, enquanto na integração o preço continuou em R$ 5,60. Em Goiânia, o preço retrocedeu de R$ 7,30 para R$ 6,50. No interior de Minas Gerais o quilo do suíno caiu de R$ 7,50 para R$ 6,80. No mercado independente mineiro, o preço caiu de R$ 7,70 para R$ 7,00. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis baixou de R$ 5,80 para R$ 5,60. Já na integração do estado o quilo vivo permaneceu em R$ 5,60.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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