Rio Verde, 9 de abril de 2025 – O médico veterinário e responsável pelo setor de Nutrição Animal da Cooperativa Agroindustrial dos Produtores do Sudoeste Goiano (Comigo), no sudoeste de Goiás, Raphael Gomes, destaca que a atividade de confinamento bovino tende a apresentar um bom crescimento no estado neste ano. “Nesse momento os custos dos grãos estão razoáveis, o que deve impactar menos o valor das diárias no confinamento, que são compostas basicamente por milho, silagem de milho, farelo de soja e núcleos vitamínicos. Apenas para ter uma ideia, para um boi alcançar 450 quilos, ou 15 arrobas, ele consome diariamente 6 quilos de ração e 1,5 quilos de silagem”, comenta.
Gomes afirma que ainda existe um paradigma com relação ao sorgo, de que o gado não comeria uma ração com sorgo, mas os resultados mostram que se o animal se adaptar bem o desempenho do cereal se comparado ao milho é praticamente o mesmo. “A palatabilidade do milho é diferente em relação ao sorgo, mas uma adaptação do animal permite resultados similares. Isso faz com que o sorgo seja uma boa opção de dieta para o gado no confinamento, por ter um preço menor”, avalia.
Gomes sinaliza que a cada ano Goiás está conseguindo maior eficiência no mercado bovino por meio dos confinamentos, que permite criar animais com menor espaço, maior ganho de peso e maior produtividade em arrobas por hectare. “A cada ano o rebanho vem apresentando queda no número de animais, mas um aumento de produtividade”, detalha.
Segundo Gomes, o mercado de boi magro se mostra bastante aquecido neste ano, uma vez que a seca forte que atingiu Jataí, Mineiros, Rio Verde, Montividiu e outros municípios em 2024, associado ao ataque da lagarta-elasmo e da lagarta-do-cartucho acabou comprometendo as pastagens, que agora estão se recuperando. “Isso comprometeu a atividade na fase final de recria e engorda no ano passado, mas neste ano já há uma oferta maior de boi magro, o que deve contribuir para um avanço da atividade de confinamento”, afirma.
Mesmo com o crescimento da atividade de confinamento, Gomes destaca que a maior parte da oferta de gado no estado de Goiás na cria, recria e engorda ainda é feita por meio de pastagens. “Cerca de 70% da oferta de boi no estado ainda provém da criação a pasto”, conclui.
Arno Baasch – arno@safras.com.br (Safras News)
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