Compras chinesas equilibraram oferta e demanda do setor carnes no Brasil, diz Marfrig

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     Porto Alegre, 30 de setembro de 2020 – A forte demanda chinesa garantiu o equilíbrio entre oferta e demanda do setor carnes no Brasil, deslocando o excedente de produção para a exportação e garantindo preços favoráveis. A avaliação foi feita pelo CEO da Marfrig, Miguel Gularte, durante evento on line realizado pela XP Investimentos.

     Segundo Gularte, havia uma perspectiva de menor consumo interno em decorrência da pandemia e que as exportações asseguraram o enxugamento da oferta. “A demanda chinesa deve continuar crescendo e a carne bovina tem o maior potencial para aumento na inserção no mercado daquele país”, projeta.

     “Estamos no lugar certo, no momento certo. Temos potencial de produção para atender à demanda mundial. A China está assumindo o papel de maior importador de carne bovina do mundo. A Marfrig produz nos Estados Unidos, Argentina, Brasil, Uruguai e Chile, com crescimento em termos de produtividade”, disse.

     O dirigente destacou uma situação que é o grande transformador do mercado em 2020: os problemas no rebanho suíno chinês.  “A China veio para mudar a dinâmica do mercado e vai continuar consumindo. A demanda supera a oferta, o que traz perspectiva favorável para o nosso negócio. Os indicadores são muito bons e temos 13 plantas habilitadas para exportar para a China”.

     Para o CEO, os investimentos em sustentabilidade não são mais uma opção. “Para estar no mercado, não adianta boas intenções. Temos que ter as práticas sustentáveis e a certificação dessas práticas”, lembrou o dirigente, apontado como exemplo o lançamento do plano Marfrig mais sustentável recentemente, que projeta investimentos de R$ 500 milhões até 2030.

    “Estamos satisfeitos de estar participando deste momento. A cadeia é única. Sustentabilidade tem que ser tratada de forma despolitizada. Os elos têm que estar unidos. Para a indústria ganhar o produtor não precisa perder. A sustentabilidade é um desafio e temos que estar prontos para enfrentá-lo”.

     Gularte considerou a pandemia um momento desafiador e o agronegócio deu a resposta. “Não faltou alimento no Brasil. O coronavírus deixa lições. Empresas têm que estar preparadas para cumprir com suas responsabilidades sociais. Passamos pela pandemia sem parar fábricas, com os cuidados devidos”, completou.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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