O comércio de bens do G20 apresentou resultados mistos no 2º trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior. As exportações cresceram 2,6%, enquanto as importações ficaram praticamente estáveis. A queda nas compras dos Estados Unidos, após forte aumento no 1º trimestre, foi o principal fator de desaceleração. Já no comércio de serviços, as estimativas preliminares apontam expansão robusta, com alta de 4,7% nas exportações e 2,9% nas importações. Os dados são do relatório trimestral de comércio exterior da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Nos EUA, as exportações de bens aumentaram 2,7%, apoiadas em vendas de ouro não monetário e produtos metálicos, mas as importações despencaram 18,4% após forte alta no trimestre anterior. No Canadá, as exportações caíram 9,7% devido à queda do preço do petróleo, enquanto as importações ficaram estáveis. Em contraste, Ásia e Europa registraram resultados positivos: China e Coreia do Sul se destacaram com crescimento puxado por semicondutores, e a União Europeia apresentou alta consistente em exportações e importações, especialmente na Alemanha, França e Itália.
No Reino Unido, as exportações cresceram 1,3%, mas as importações saltaram 8,5% com demanda por automóveis e produtos farmacêuticos. Já na América do Sul, Argentina e Brasil registraram queda de 3,6% nas exportações. A Austrália teve crescimento de 1,8% nas vendas externas, impulsionada por minérios, e aumento expressivo de 9,3% nas importações.
No comércio de serviços, os EUA apresentaram leve alta de 0,8% nas exportações e estabilidade nas importações. O Canadá registrou expansão de 2,9% nas exportações de serviços, enquanto as importações cresceram 4,7%. A Europa destacou-se com avanços significativos, especialmente na Alemanha, onde exportações e importações de serviços subiram quase 10% impulsionadas por viagens, tecnologia da informação e serviços empresariais. Itália, França e Reino Unido também registraram forte aumento, com o setor de turismo e serviços financeiros desempenhando papel central.
Na Ásia, as exportações de serviços também avançaram. O Japão cresceu 4,4%, com destaque para TI e serviços financeiros; a Coreia do Sul avançou 3% e a China 6,3%, ambos impulsionados por receitas de viagens. No Brasil, houve alta de 2,8% nas exportações de serviços, mas queda de 4,3% nas importações, refletindo menores gastos com transporte e seguros. O cenário reflete tanto a desvalorização do dólar quanto a incerteza comercial causada pelas novas tarifas anunciadas recentemente.

