Porto Alegre, 25 de agosto de 2023 – O mercado físico brasileiro de algodão teve uma semana de comercialização moderada e preços pouco alterados. A demanda foi tímida para entrega no curto prazo. Teve alguns negócios no prazo mais longo, com interesse para 2024. Em linhas gerais, a demanda adota uma postura bastante cautelosa e reforça a aposta negativa no preço diante do avanço da colheita de algodão Brasil. No lado do produtor, há mais interesse e flexibilidade, com isso o prêmio pago pela pluma brasileira na Bolsa de Nova York está competitivo, informou a SAFRAS Consultoria.
Na quinta-feira (24), o referencial pago pelo algodão na Bolsa de Nova York ficou indicado em -5,28 centavos/libra-peso contra o vencimento Dezembro/23 na ICE US. Há uma semana o prêmio era negativo em -4,66 centavos/libra-peso.
A indústria local continua na defensiva, com algodão colocado em São Paulo trocando de mãos em torno de R$ 4,05 por libra-peso, a mesma base na comparação com a quinta-feira da semana passada (17). Já no FOB do porto de Santos, a pluma de algodão encerrou cotada a 80,81 centavos de dólar ante 78,95 centavos de dólar de uma semana atrás.
A colheita da safra 2022/23 avançou 10 pontos percentuais e chega a 62% até o último dia 18 de agosto, segundo levantamento da Abrapa. Na Bahia, segundo maior estado produtor do país, os trabalhos avançam pouco na última semana e chegam a 61,5% da área plantada. Já no Mato Grosso a colheita andou bem e já alcança 60% da área cultivada. Os dois estados juntos correspondem a 90% do total da área plantada com algodão no Brasil. Já o beneficiamento do algodão que estava em 13% na semana passada também avançou bem e já compreende 25% da produção, o que reforça a pressão vendedora sobre o mercado. Na Bahia 40% e no MT 20% da produção já foi beneficiada.
No âmbito internacional, as condições das lavouras de algodão norte-americanas voltaram a piorar e cresce a ideia de um novo corte na área no próximo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Os dados do dia 20 de agosto apontam que apenas 33% das lavouras de algodão norte-americanas encontram-se entre boa a excelente. Uma semana atrás eram 36% das lavouras nesse estado.
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Sara Lane (sara.silva@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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