Porto Alegre, 13 de setembro de 2024 – Safras & Mercado divulgou na semana a evolução da comercialização da safra 2024/25 de café do Brasil e já uma ideia preliminar das vendas da safra futura 2025/26. O produtor brasileiro continua cadenciando suas posições de venda, mas acelerou o fluxo comercial no último mês, aproveitando o momento favorável de preço. Segundo o levantamento de Safras,o fim da colheita e a maior disponibilidade física também colaboraram com as negociações.
O levantamento de Safras & Mercado apontou que, até o último dia 10 de setembro, as vendas por parte de produtores somavam 54% da safra de café 24/25 do Brasil. Isso corresponde a um avanço de 14 pontos percentuais em relação ao mês anterior. O bom andamento das vendas acabou elevando o fluxo comercial acima da referência do mesmo período do ano passado, quando o produtor havia vendido 50% da safra. Também acabou se alinhando à média dos últimos 5 anos (2019 a 2023), que aponta vendas por parte dos produtores em 54% da produção.
As vendas de café arábica alcançam 48% da produção, ficando ligeiramente acima do mesmo período do ano anterior (47%) e reduzindo a distância, embora ainda aquém, da média de vendas dos últimos 5 anos, que gira em torno de 52%.
“O preço se mantendo por um longo período próximo das máximas, junto às dúvidas em relação à próxima safra de café do Brasil, acaba freando o ímpeto vendedor e segurando o fluxo de venda. O fato é que esse cenário de preços continua deixando o produtor bastante confortável em seguir em sua estratégia de diluir seu fluxo comercial. Se não houver uma queda acentuada nos preços, não devem mudar essa postura”, aponta o consultor de Safras, Gil Barabach.
Segundo Barabach, houve também um aumento do interesse por posições com safra futura de arábica, com produtor buscando aproveitar o bom momento de preço. Isso tanto nas operações de troca (barter) como também na fixação junto às tradings. As negociações estão mais restritas ao Sul de Minas, Cerrado e Mogiana.
A ideia preliminar é que algo em torno de 11% do potencial da safra próxima 2025/26 de arábica do Brasil já foi negociado pelo produtor. Isso representaria algo em torno de 8% do total, incluindo arábica e conilon, indica o levantamento de Safras.
A comercialização de café conilon deu um salto e totaliza 66% da produção neste início de setembro. Assim, o fluxo de vendas atual já supera o mesmo período do ano passado (57%) e a média dos últimos 5 anos (56%). “O tamanho da safra, abaixo do esperado inicialmente, e os preços extremamente valorizados, diante da agressividade do exportador, explicam a forte aceleração das vendas do canéfora (conilon/robusta). O mercado segue direcionado à exportação, com a indústria doméstica restringindo compras de conilon e elevando arábica no seu blend”, conclui Barabach.
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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Safras News
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