Porto alegre, 12 de junho de 2020 – Com as quedas do café na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) e com a desvalorização do dólar, os preços da commodity caíram bastante no mercado doméstico e o ritmo de negócios diminuiu. Ainda assim, pela movimentação dos últimos meses, a comercialização segue adiantada tanto da safra passada 2019/20 quanto da safra nova 2020/21.
A comercialização da safra nova de café do Brasil 2020/21 (julho/junho), que está em colheita, já chega a 34% até o dia 09 de junho. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado, que mostram que as vendas evoluíram em 6 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
As vendas estão bem avançadas em relação ao ano passado, quando 28% da safra 2019/20 estava comercializada até então. Assim, já foram comercializadas 23,13 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2020/21 de café brasileira de 68,1 milhões de sacas.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o mercado físico interno de café diminuiu bem o ritmo dos negócios nas últimas semanas. “As vendas minguaram tanto no disponível, como especialmente, nas posições antecipadas com safras futuras. Mas, o bom fluxo de vendas antecipadas (trocas e fixações) feitas ao longo dos últimos meses garantem o desempenho comercial acelerado, mesmo com a puxada no freio das últimas semanas”, afirma. Ele indica que alguns produtores, inclusive, indicam que devem antecipar a entrega do café de fixações com liquidação prevista para setembro (mesmo com deságio) para se capitalizar e não ter que vender agora no mercado.
O arábica se destaca com 37% da produção negociada, contra 27% em igual período do ano passado e 23% de média. As vendas de conilon alcançam 27%, contra 30% em 2019 e 24% de média.
E as vendas da safra 2019/20 alcançam 96% da produção, com fluxo comercial se encaminhando para o fim. As vendas também estão mais aceleradas, uma vez, que em igual período do ano passado apenas 90% da safra 2018/19 havia sido negociada. E também acima da média de 5 anos, que aponta 93% comercializado.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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