Porto Alegre, 22 de outubro de 2021 – A comercialização da safra brasileira de café de 2021/22 até o último dia 15 de outubro atingia 68% do potencial de produção, contra 60% do mês anterior. O percentual de vendas é superior a igual período do ano passado, quando girava em torno de 64% da safra. O fluxo de vendas também está bem acima da média dos últimos anos para o período (56%). As informações são do levantamento mensal de SAFRAS & Mercado.
Assim, já foram negociadas 38,60 milhões de sacas de uma produção estimada em 2021/22 por SAFRAS & Mercado de 56,5 milhões de sacas.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o fluxo de vendas de café no mercado físico brasileiro avançou ao longo do último mês de setembro e nessa primeira metade de outubro. “A disparada das cotações e a agressividade da indústria doméstica pelo café coniln acabaram estimulando a comercialização. Mas, apesar do bom avanço, as vendas seguem cadenciadas, com o produtor fracionando lotes e dosando suas posições. A safra menor deste ano ajuda a explicar essa performance percentual”, comenta.
Barabach observa que o produtor tende a seguir escalonando posições, especialmente o vendedor de arábica, apostando na entressafra e na menor disponibilidade física. “E a cotação muito próxima das máximas recentes colabora com essa postura mais curta do produtor”, diz.
A comercialização de arábica chega a 65% da safra 2021, em linha com igual período do ano passado, mas bem acima da média para o período de 54%. “Tanto as tradings como os produtores ficaram mais concentrados na entrega de café das vendas antecipadas da safra 2021. E isso acabou tirando um pouco do interesse em novas vendas, particularmente na região do Cerrado e Sul de Minas e também da Mogiana paulista”, avalia. O percentual alto comprometido associado a um produtor mais capitalizado deve reduzir oferta e diminuir a liquidez do mercado disponível, acentuando a sensação de entressafra, destaca.
Já as vendas de conilon foram bem aceleradas, frente à agressividade da indústria de torrado e moído local e da escalada nos preços, com conilon chegando a superar a linha de R$ 800,00 a saca. As vendas de conilon alcançam 73% da safra 2021, avançando 10 pontos percentuais na comparação com mês anterior. A comercialização supera, com folga, os 64% vendidos em igual época do ano passado, bem como, segue bem acima dos 61% em média dos últimos cinco anos para o período.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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