Porto Alegre, 11 de setembro de 2020 – A comercialização da safra de café do Brasil 2020/21 (julho/junho), colhida este ano, chega a 60% até o dia 08 de setembro. O dado faz parte de levantamento de SAFRAS & Mercado, que mostra que as vendas evoluíram em 9 pontos percentuais em relação ao mês anterior.
As vendas estão bem avançadas em relação ao ano passado, quando 47% da safra 2019/20 estava comercializada até então e também acima da média dos últimos 5 anos para o período, que é de 45%.
Assim, já foram comercializadas 41,12 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2020/21 de café brasileira de 68,1 milhões de sacas.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o fim da colheita elevou a oferta disponível e facilitou o giro dos negócios. Além disso, o preço alto também colaborou com o bom desempenho. Entre o final de agosto e o início de setembro, sustentada pela puxada na Bolsa de Nova York e o dólar alto, a bebida boa trocou de mãos entre R$ 605,00 a R$ 610,00 a saca no Sul de Minas e Mogiana, repetindo o patamar alcançado em abril, antes da entrada da safra e quando o dólar flertava com a linha de R$ 6,00. Enfim, um patamar de referência de alta.
“Com os cafés melhores em torno de R$ 600,00 a saca é natural que houvesse um maior interesse de venda, o que dinamizou o fluxo de negócios. É bom destacar que o café cereja trocou de mãos acima de R$ 700 a saca. E a procura por lotes certificados e cafés finos também cresceu bastante, em substituição à carência de suaves”, avalia Barabach. Assim, o fluxo de negócios, embora cadenciado, seguiu muito intenso, o que resultou em um forte volume comprometido por parte dos produtores. “As vendas de bebidas mais fracas também estiveram ativas, mesmo que em um ritmo menos intenso”, indica.
O consultor pondera que o ritmo só não foi mais agressivo devido ao gargalo logístico, com armazéns de exportadores lotados e diante da falta de caminhões disponíveis. Isso levou as tradings a segurar um pouco as suas compras ou preferir fechar negócio para entrega mais à frente e com entrega em seu armazém.
Destaque ao arábica com 63% da produção negociada (entre vendas antecipadas, trocas e as negociações no disponível). Em igual período do ano passado as vendas estavam em 47% e a média dos últimos 5 anos é de 43% de média.
Já as vendas de conilon alcançam 55% da produção, contra 48% em igual período do ano passado e 52% na média dos últimos 5 anos. “O dólar alto continua estimulando as vendas na exportação e garantindo sustentação aos preços, o que explica o bom fluxo de vendas”, conclui Barabach.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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