Com preços firmes e atenção total ao clima, negócios no mercado de feijão são moderados

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Porto Alegre, 13 de setembro de 2024 – O mercado de feijão carioca apresentou hesitação ao longo da semana, refletindo uma combinação de baixa demanda e falta de ofertas significativas. Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, apesar da presença constante de compradores, o volume negociado ficou abaixo do esperado, com as transações concentradas em feijões de qualidade comercial.

De acordo com Oliveira, o foco das negociações foi nos feijões de padrão 8, como as cultivares Sabiá (R$ 210/saca) e Dama (R$ 230/saca). “Os feijões de maior qualidade, como os de padrão 9,5, chegaram a atingir valores de até R$ 290 a saca na segunda-feira, mas não houve fechamento de negócios nesse patamar”, comentou.

A cautela dos corretores também foi destacada, com volumes menores sendo oferecidos e embarques gradativos, para evitar quedas bruscas nos preços. “Os vendedores estão adotando uma postura de espera e recusando ofertas na faixa de R$ 250 por saca, em grande parte devido ao aumento nos custos de produção”, explicou o analista. Algumas vendas isoladas a R$ 260/saca foram registradas, mas somente em condições favoráveis.

Além disso, conforme Oliveira, fatores climáticos, como a estiagem e as queimadas, estão impactando o ritmo do plantio da primeira safra 2024/25, aumentando a incerteza sobre a oferta futura. “A safrinha no Norte de Minas já está chegando ao fim, com poucas áreas ainda para serem colhidas”, afirmou. Ele destacou também que Norte, Nordeste e Centro-Oeste devem finalizar a colheita até o próximo mês.

Feijão preto

Já o mercado de feijão preto apresentou estabilidade com uma leve tendência de alta, devido à baixa oferta e à valorização do grão importado. Os preços do feijão nacional de qualidade comercial variaram entre R$ 400 e R$ 410 por saca, enquanto o feijão importado da Argentina foi ofertado a R$ 430 por saca. Feijões de menor qualidade foram negociados entre R$ 380 e R$ 390 por saca, mas com dificuldade para fechar negócios a esses valores.

Segundo o analista, a estiagem prolongada no Sul do Brasil interrompeu o plantio da safra 2024/25, e os produtores aguardam chuvas para retomar o trabalho. “A baixa oferta interna e as importações limitadas mantêm os preços altos, apesar do enfraquecimento do consumo”, explicou.

No varejo, o preço do feijão preto varia entre R$ 6,50 e R$ 10,00 por kg. Evandro destacou que a alta dos preços pode levar os consumidores a optar por outros produtos, como lentilhas, especialmente no final do ano. Projeções indicam que o feijão preto pode chegar a R$ 12,00 por kg, potencialmente acelerando essa migração.

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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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