Porto Alegre, 1 de outubro de 2021 – As altas expressivas em Nova York e no câmbio permitiram que o algodão alcançasse um novo recorde de alta no mercado doméstico e ainda recuperasse a competitividade externa em setembro. A avaliação é do analista de SAFRAS & Mercado, Élcio Bento.
A fibra iniciou o mês indicada a R$ 5,38/libra-peso CIF o polo industrial paulista e, com o incremento da oferta no mercado disponível e indicado por um valor quase 9% superior ao da pluma norte-americana, os preços iniciaram um movimento de recuo, atingindo a mínima em R$ 5,19/libra-peso (-3,5%) no último dia 22.
Nos últimos sete dias úteis do mês acumulou alta de 6,4% e finalizou atingindo o recorde de R$ 5,55/libra-peso. Em relação ao fechamento do mês passado acumulou ganhos de 2,2%.
Tomando como exemplo o Mato Grosso, esse recente rally de alta elevou a margem de rentabilidade em relação ao custo de produção para 41%, contra 42% da soja e 52% do milho. Essa melhora da competitividade poderá refletir na decisão de plantio da próxima safra.
No FOB exportação do porto de Santos/SP o produto brasileiro encerrou o mês com alta de 3,88% em relação ao anterior, cotado a 100,35 cents de dólar por libra-peso (c/lb). O dólar apresentou valorização mensal de 2,58% em relação ao real.
Na Bolsa de Nova York os ganhos em setembro foram de 14,4%. Ante ao contrato de maior liquidez (dezembro/21) negociado na Ice Futures US, a pluma brasileira encerrou o mês cotado a um valor 5,1% inferior. Há um mês o produto nacional era 14,1% superior.
“Isso comprova que os movimentos do algodão na Bolsa norte-americana e do dólar em relação ao padrão monetário brasileiro permitiram que a pluma nacional alcançasse um novo recorde e ainda ganhasse competitividade externa”, completa o analista.
O prêmio referencial para o produto chegou ao final do mês em -5,45 cents de dólar por libra-peso (c/lb). Há uma semana era de +4,15 c/lb e há um mês de +11,06 c/lb. Há um ano era de -7,04 c/lb. O prêmio negativo verificado há um ano se justifica pela safra recorde. Na atual, contudo, com uma queda de 645 mil toneladas na produção, os compradores domésticos precisarão ser mais agressivos para garantir o abastecimento.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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