Com pouca disponibilidade, mercado brasileiro de algodão segue firme

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     Porto Alegre, 22 de abril de 2022 – O mercado brasileiro de algodão segue muito firme, acompanhando os ganhos externos e refletindo a pouca disponibilidade interna. “A oferta segue muito curta, com o pouco algodão ainda disponível da safra 2021/22 sendo colocado de forma bem gradual pelo produtor no mercado”, destaca o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Carlos Barabach. “A indústria está quieta, diante dos custos mais altos e da demanda arrefecida”, comenta.

     No polo industrial paulista, a pluma terminou a quarta-feira (20) cotada a R$ 7,20 por libra-peso. Em relação ao mesmo período do mês anterior, a alta foi de 1,41% (R$ 7,10 /lb). Na comparação com igual período do ano anterior, a elevação era de 44,58% (R$ 4,98 /lb).

     Algodão voltou a mostrar força na ICE US na primeira quinzena de abril, diante do aumento da apreensão com clima seco nos Estados Unidos, especialmente no Oeste do Texas. “Também cresce entre os operadores a expectativa de um abrandamento nas restrições impostas pela China para conter a Covid-19, o que tende a favorecer a demanda de algodão”, acrescenta o analista.

     “O problema na produção norte-americana, associado a expectativa de aumento no consumo na China, melhora a perspectiva de preço no mercado e serve de base fundamental para a escalada na cotação do algodão em NY”, explica Barabach.

     A primeira estimativa de oferta e demanda da pluma de algodão em Mato Grosso para o ano de 2022 trouxe atualizações nas projeções da safra 2021/22. É esperado uma oferta de 2,02 milhões de toneladas de pluma, o que corresponde a um aumento de 19,91% frente a temporada anterior. O reajuste positivo, se deve a perspectiva de aumento da produção em 3,13% frente ao relatório passado e 20,82% ante a safra 2020/21, prevista em 2,02 milhões de toneladas.

     Em relação a demanda, com a previsão de maior produção para a temporada e demanda aquecida no mercado externo, foi projetado um volume de 1,52 milhão de toneladas escoadas nesse próximo ciclo, alta de 13,65% ante a última estimativa e 24,10% frente a temporada 2020/21.

     No cenário nacional, diante da maior disponibilidade da pluma, a perspectiva é de que sejam consumidas 22,49 mil toneladas em Mato Grosso e 469,84 mil toneladas nos outros estados, alta de 2,92% e 8,45%, respectivamente, frente ao ciclo anterior, no entanto, as incertezas quanto ao crescimento econômico brasileiro ainda limitam uma demanda maior. Por fim, com o aumento projetado na produção para a próxima safra, o estoque final ficou estimado em 4,46 mil toneladas, o que corresponde a uma alta de 110,36% ante a safra anterior.

     Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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