Porto Alegre, 1 de novembro de 2024 – O mês de outubro foi positivo para a suinocultura brasileira, com altas tanto no preço do suíno vivo quanto nos principais cortes no atacado. Segundo o analista e consultor da Safras & Mercado, Allan Maia, na primeira quinzena as cotações apresentaram apenas altas pontuais, enquanto na segunda houve espaço para avanços mais contundentes.
O analista pontuou que a oferta de animais seguiu equilibrada, enquanto os frigoríficos se mostraram ativos nas negociações, favorecendo a evolução dos preços do vivo. “A reposição entre atacado e varejo também apresentou boa fluidez, com expectativas de consumo aquecido. Devemos considerar as altas expressivas da carne bovina, proteína concorrente, que ocasiona na tendência de que uma parcela da população procure por opções mais acessíveis”, afirmou.
Além disso, Maia explicou que o último bimestre do ano é um período em que o consumo é favorecido pela entrada de salários, décimo terceiro e festividades da época. “Outro ponto importante e que vem ajudando na formação de preços no interior do país é o forte ritmo da exportação brasileira, enxugando a disponibilidade doméstica”, explicou. “O dólar, que vem apresentando processo de valorização frente ao real, também é um ponto de atenção. O cenário é benéfico para as exportações, mas por outro lado pode levar a elevação do custo da produção doméstica da proteína”, concluiu.
Preços
Levantamento de Safras & Mercado apontou que o mercado de suíno vivo no Brasil registrou avanço nos preços entre 30 de setembro e 30 de outubro nas principais praças do país. A média de preços do Centro-Sul subiu 4,61%, passando de R$ 7,76 para R$ 8,12 por quilo.
A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado subiu 4,44%, passando de R$ 13,35 para R$ 13,94. A carcaça teve valorização de 3,79%, passando de R$ 12,87 para R$ 13,36.
Em São Paulo, os preços CIF para frigoríficos saltaram de R$ 168,00 para R$ 177,00 por arroba, uma alta de 5,36%. No Rio Grande do Sul, os preços da integração subiram 1,61%, de R$ 6,20 para R$ 6,30 por quilo, enquanto no interior a alta foi de 7,36%, chegando a R$ 8,75 por quilo. Santa Catarina apresentou comportamento semelhante, com a integração registrando aumento de 1,60%, para R$ 6,35 por quilo, e no interior subindo 6,02%, alcançando R$ 8,80 por quilo.
A análise mensal de preços de Safras & Mercado também apontou para aumento em outros estados. No Paraná, os preços da integração tiveram avanço de 7,63%, atingindo $ 6,35 por quilo. Em Mato Grosso do Sul, os preços na integração subiram 1,61%, para R$ 6,30 por quilo. Em Minas Gerais, o mercado independente registrou um avanço de 3,26%, com o preço subindo de R$ 9,20 para R$ 9,50 por quilo. Na integração do Mato Grosso, por fim, as cotações tiveram alta de 1,60%, alcançando o patamar de R$ 6,35 por quilo.
Exportações
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 258,580 milhões em outubro (19 dias úteis), com média diária de US$ 13,609 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 102,099 mil toneladas, com média diária de 5,373 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.532,6.
Em relação a outubro de 2023, houve alta de 51,4% no valor médio diário, avanço de 36,7% na quantidade média diária e alta de 10,7% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Safras News
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