Porto Alegre, 7 de fevereiro de 2025 – A primeira semana de fevereiro manteve o tom de janeiro no mercado de café, com os preços internacionais batendo recordes atrás de recordes. Em Nova York, após mais de uma dezena de sessões consecutivas alcançando máximas históricas, as cotações futuras do café arábica ultrapassaram com folga a marca dos 400 centavos de dólar por libra-peso, com a posição março indo a 411,25 centavos na sessão da quinta-feira, 6, à medida que os temores sobre os suprimentos se infiltram e os traders ficam nervosos também com a ameaça de tarifas comerciais.
Os ganhos do ano agora ultrapassaram 25%, após o aumento de 70% do ano passado.
Traders citaram temores contínuos sobre uma perspectiva de redução da oferta nos principais produtores, Brasil e Vietnã, juntamente com preocupações de que o governo Trump possa impor tarifas comerciais aos principais produtores de café da América do Sul. Essa ameaça de que o café pode ter que ser redirecionado em face das tarifas ocorre em meio a um cenário logístico já difícil.
Consumo doméstico cresce 1,1% no Brasil em 2024
Anualmente, a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) divulga os indicadores da indústria de café que evidenciam a relevância do produto tanto do ponto de vista alimentar, como para a indústria nacional.
Os números apontam que o consumo da bebida no Brasil entre novembro de 2023 e outubro de 2024 registrou um aumento de 1,11% em relação ao período anterior, considerando dados de novembro de 2022 a outubro de 2023. Tal volume representa 40,4% da safra de 2024, que foi de 54,21 milhões de sacas, segundo a Conab – Companhia Nacional de Abastecimento. O Brasil segue como o maior consumidor dos cafés nacionais. No período anterior, o volume consumido no Brasil representou 39,4% da safra, que foi de 55,07 milhões de sacas, ainda levando em conta os dados da Conab.
Analisando os dados apresentados pela ABIC, é percebido que o ritmo de consumo de café segue com tendência de crescimento, 1,11%. As indústrias associadas tiveram uma variação positiva de 1,77, já as não-associadas uma variação negativa de 0,66, denotando uma possível preferência do consumidor por cafés certificados.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Safras News
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