Com menos negociações devido ao feriado, mercado de feijão tem liquidez mínima e cotações inalteradas

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Imagem de Ariel Núñez Guzmán por Pixabay

Porto Alegre, 22 de novembro de 2024 – O mercado brasileiro de feijão carioca teve um início de semana intenso, impulsionado pela antecipação de compras devido ao feriado do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro. Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, os grãos nota 9 foram rapidamente absorvidos, com preços chegando a R$ 280,00/saca, refletindo a escassez de lotes de qualidade superior. Ele destacou que Minas Gerais e Goiás tiveram os feijões de melhor padrão, enquanto lotes de São Paulo, impactados por chuvas, apresentaram menor qualidade, com nota média de 8,5.

“À medida que o feriado se aproximava, o mercado perdeu força, com uma redução nos negócios e na movimentação de compradores. No interior de São Paulo, estratégias de armazenamento ganharam destaque, com operadores apostando em valorização futura, mesmo para grãos de qualidade inferior. A movimentação reflete a expectativa de uma primeira safra 2024/25 que não deve superar significativamente a de 2023/24”, afirmou.

De acordo com o analista, lotes de feijão nota 7,5, ofertados por R$ 190,00/saca, despertaram maior interesse por sua acessibilidade. Já feijões nota 8,5, com preços em torno de R$ 245,00/saca, enfrentaram resistência dos compradores. Em regiões como Patos de Minas (MG), os preços variaram entre R$ 180,00 e R$ 220,00/saca FOB, enquanto em Barretos (SP) oscilaram entre R$ 230,00 e R$ 270,00/saca FOB, evidenciando disparidades regionais.

Na quinta-feira, o mercado sinalizou um encerramento antecipado, com agentes adiando negociações e voltando suas atenções para estratégias futuras. “Embora houvesse oferta de feijões nota 8,5 por R$ 235,00/saca, as negociações não avançaram. O mercado termina a semana ajustado, com baixa liquidez e expectativas voltadas para novos estímulos no próximo período”, relatou Oliveira.

Feijão preto

Segundo o consultor, o mercado de feijão preto permaneceu estável e com baixa movimentação ao longo da semana, refletindo a busca limitada por novos contratos de exportação. As negociações internas foram tímidas, com ofertas concentradas em feijões comerciais de qualidade razoável, cotados entre R$ 260,00 e R$ 270,00/saca. Lotes especiais alcançaram R$ 280,00/saca, mas os melhores padrões disponíveis não ultrapassaram R$ 300,00/saca na Zona Cerealista. Nas regiões produtoras, as cotações variaram entre R$ 240,00 e R$ 260,00/saca, mostrando estabilidade.

Conforme Oliveira, a partir da metade da semana, o mercado interno ficou ainda mais travado, enquanto as exportações ganhara m destaque devido ao dólar valorizado, próximo a R$ 5,80, com perspectivas de superar R$ 6,00. “Esse cenário cambial aumenta a competitividade do feijão preto no mercado externo, incentivando produtores e agentes a priorizarem vendas internacionais. Essa tendência pode levar a uma expansão da área plantada com feijão preto, uma vez que a variedade carioca enfrenta demanda interna fraca e instável”, explicou.

O analista também relatou rumores de negócios pontuais em São Paulo indicaram preços em torno de R$ 280,00/saca para feijões extra, enquanto lotes comerciais com maior incidência de defeitos apresentaram preços variando entre R$ 240,00 e R$ 270,00/saca na Zona Cerealista. No Paraná, o plantio da primeira safra 2024/25 alcançou 98% da área prevista, com 95% das lavouras avaliadas em boas condições e apenas 5% em estado médio, conforme dados do Deral.

“Com vendas internas enfraquecidas e perspectivas de oferta crescente, o mercado segue ajustado, aguardando estímulos externos e oscilações no câmbio para movimentar as negociações nas próximas semanas”, completou.

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Ritiele Rodrigues – ritiele.rodrigues@safras.com.br (Safras News)

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