Com grande volume de oferta, cotações do feijão seguem pressionadas

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Porto Alegre, 15 de março de 2024 – O mercado brasileiro do feijão carioca seguiu enfrentando desafios ao longo desta semana, com um grande volume de oferta e cotações em queda. Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, cerca de 35 mil sacas foram disponibilizadas nos últimos dias, porém, apenas 6 mil foram negociadas.

“Esta é a segunda semana consecutiva em que observamos uma desvalorização nos preços, influenciada pela escassez dos melhores tipos de feijão e pela predominância de mercadorias de baixa qualidade”, explicou.

Conforme o analista, apesar da melhoria no padrão médio de qualidade do feijão carioca, especialmente nos lotes recém-colhidos no Paraná, a oferta de mercadorias extras ainda é limitada. “O mercado está inclinado à venda, o que tem levado os corretores a adotarem uma postura mais flexível nas negociações, facilitando os acordos entre compradores e vendedores”, relatou.

No entanto, a presença de percentuais elevados de quebra em alguns lotes tem contribuído para um recuo significativo nos preços. Produtos com defeitos estão mais atrativos, devido aos melhores preços. No geral, de acordo com Oliveira, este é um momento favorável para os compradores, que estão aguardando avaliações para avançar nas próximas negociações após o pregão.

Feijão preto

O analista explicou que o feijão preto segue uma tendência semelhante à do carioca. Cerca de 3,5 mil sacas foram ofertadas, mas, até o momento, não foram realizados negócios relevantes na Bolsa. O mercado permanece calmo e bem abastecido, tanto para o feijão importado, com preços estáveis em torno de R$ 410,00 por saca no início da semana, quanto para o feijão comercial, com preço de R$ 380,00 por saca. As ofertas são apenas amostras e as negociações continuam restritas ao embarque por enquanto.

“Existe uma variedade considerável de oferta disponível, mas o baixo interesse dos compradores tem contribuído para as recentes quedas nos preços”, afirmou.

Os valores praticados nas últimas transações variaram entre R$ 380,00 e R$ 400,00 por saca. A expectativa é de que a movimentação dos compradores possa aumentar mais próximo ao final do mês, quando esperam-se negociações com preços atualizados. Na Argentina, os preços de exportação variam entre US$ 785 e US$ 805 por tonelada.

Oliveira completou enfatizando que a presença de várias ofertas tem dificultado as negociações na zona cerealista, com muitos compradores mantendo estoques e optando por negociar diretamente com as lavouras. A falta de uma referência clara de preço no atacado paulista para o feijão preto contribui para a incerteza em relação às cotações.

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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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