Com fatores conflitantes, preço do algodão fica estável no mercado doméstico

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     Porto Alegre, 8 de abril de 2022 – O mercado brasileiro encerra a semana com preços estáveis e com pouco volume de negócios. “O produtor segue com suas bases firmes, enquanto a indústria doméstica trabalha conforme a necessidade”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Carlos Barabach. “Algumas tradings mostram interesse para entrega mais para frente”, acrescenta.

     Em relação aos preços internos, o recuo das cotações do algodão na Bolsa de Nova York nesta semana foi compensado pela reação do dólar frente ao real. Nesta quinta-feira (7), o preço do algodão doméstico ficou cotado a R$ 7,15 por libra-peso no polo industrial de São Paulo, mesmo valor do dia 31 de março. Em relação ao mês passado, estava 2,88% mais alto (R$ 6,95). Ante o ano anterior, era de 48,83% mais elevado (RS 4,80).

     No FOB exportação do porto de Santos/SP, a fibra nacional fechou cotada no dia 7 a 155,72 centavos de dólar, 16,91% superior ao contrato spot na ICE US (maio/22). Há uma semana, era de 17,4% superior e, há um mês, 19,3% mais alto.

     A safra brasileira de algodão em pluma na temporada 2021/22 está estimada em 2,827 milhões de toneladas, alta de 19,9% na comparação com as 2,359 milhões de toneladas indicadas na safra 2020/21. Os números fazem parte do sétimo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2021/22, divulgado nesta quinta. No levantamento anterior, foram 2,824 milhões de toneladas.

     A produtividade das lavouras está estimada em 1.767 quilos de algodão em pluma por hectare, ante 1.721 quilos na temporada 2020/21. A área plantada com algodão na temporada 2021/22 está estimada em 1,600 milhão de hectares, elevação de 16,8% na comparação com os 1,370 milhão de hectares da safra passada.

     No cenário internacional, destaque para a produção de algodão da China, que está estimada em 5,909 milhões de toneladas no ano comercial 2022/23, ante 5,850 milhões projetadas para 2021/22. As informações são do Gain Report do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As importações do país foram projetadas em 2,3 milhões de toneladas na temporada 2022/23, ante 1,7 milhão no período anterior. Os estoques finais para 2022/23 são previstos em 7,189 milhões de toneladas, ante 7,585 milhões em 2021/22.

     Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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