Com expectativas positivas no curto prazo, preços de carne suína disparam

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Porto Alegre, 10 de novembro de 2023 – A semana registrou preços mais altos tanto no quilo vivo quanto nos principais cortes de carne suína do atacado. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, o avanço se deve o fato de que os agentes de mercado carregam expectativas positivas para o consumo e para a reposição entre atacado e varejo no curto prazo, por conta da capitalização das famílias.

“Há também a expectativa de ajuste de estoques das varejistas para a demanda das festividades de dezembro. Outro ponto que pode ajudar os cortes suínos é que as concorrentes, carne bovina e carne de frango, estão sinalizando para alta, o que ajuda no nível de atratividade”, afirmou.

De acordo com o analista, os frigoríficos ainda mostram alguma cautela na negociação do vivo, mas estão um pouco mais ativos se comparado aos últimos dias, o que traz algum otimismo entre os suinocultores. “Os produtores estão atentos na evolução do custo, sustentado nesse momento, acompanhando o viés do milho, que está firme no país devido a postura retraída dos produtores nas negociações”, explica.

Por fim, Maia conclui que a exportação brasileira de carne suína (in natura + industrializada) ficou em 91,037 mil toneladas em outubro, conforme dados consolidados por SAFRAS. O preço médio da tonelada ficou em US$ 2.178,46, sendo o pior patamar do ano.

Preços

Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo no país tiveram alta na semana, de R$ 5,86 para R$ 5,92. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado aumentou de R$ 10,26 para R$ 10,57 e a média da carcaça de R$ 9,31 para R$ 9,61.

A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo subiu de R$ 122,00 para R$ 126,00. Na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo permaneceu em R$ 5,25 e no interior do estado avançou de R$ 6,10 para R$ 6,25.

Em Santa Catarina, o preço do quilo na integração seguiu em R$ 5,30 e no interior catarinense registrou ganhos de R$ 6,00 para R$ 6,10. No Paraná, o preço do quilo vivo teve estabilidade de R$ 6,10 no mercado livre e, na integração, de R$ 5,25.

No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande passou de R$ 5,65 para R$ 5,75. Na integração, os preços ficaram estáveis em R$ 5,30. Em Goiânia, o quilo vivo teve valorização de R$ 6,20 para R$ 6,35. No interior de Minas Gerais, os preços seguiram em R$ 6,50 e, no mercado independente, as cotações subiram de R$ 6,50 para R$ 6,70. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis continuou em R$ 5,60 e, na integração do estado, em R$ 5,30.

Exportações

As exportações brasileiras de carne suína (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) já acumulam alta de 9,6% em 2023, conforme levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram 1,013 milhão de toneladas embarcadas entre janeiro e outubro deste ano, contra 924,2 mil toneladas registradas no mesmo período do ano passado.

Em receita, a alta acumulada chega a 13,1%, com US$ 2,361 bilhões nos dez primeiros meses de 2023, contra US$ 2,088 bilhões no mesmo período comparativo do ano anterior.

Considerando apenas o mês de outubro, as exportações de carne suína chegaram a 93 mil toneladas, número 5,7% menor que o total embarcado no mesmo período do ano passado, com 98,6 mil toneladas. A receita registrada no mês chegou a US$ 200,3 milhões, saldo 15,5% menor que o total registrado no ano anterior, com US$ 237,1 milhões.

Entre os principais destinos das exportações do setor, a China segue na liderança, com 336,5 mil toneladas exportadas entre janeiro e outubro, 8% menor que o total registrado nos 10 primeiros meses de 2022. Em seguida estão Hong Kong, com 101,3 mil toneladas (+23%), Filipinas, também com 101,3 mil toneladas (+40%), Chile, com 69,1 mil toneladas (+47%), Singapura, com 53,4 mil toneladas (+12%) e Vietnã, com 41,9 mil toneladas (+7%).

Com este desempenho acumulado, que já ultrapassou a casa de um milhão de toneladas somente nos primeiros 10 meses do ano, as projeções do setor mantêm indicativos de embarques em torno de 1,2 milhão de toneladas em 2024.

Santa Catarina, principal estado exportador de carne suína do Brasil, embarcou 542,7 de toneladas entre janeiro e outubro, número 8,9% maior do que o registrado no mesmo período de 2022. Em seguida estão o Rio Grande do Sul, com 235,7 mil toneladas (+9,6%), Paraná, com 141,7 mil toneladas (+5,2%), Mato Grosso, com 24,8 mil toneladas (+39,2%) e Mato Grosso do Sul, com 21,5 mil toneladas (+29,8%).

Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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