Com dólar em alta, saca gaúcha de arroz tem média superior a R$ 81

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     Porto Alegre, 21 de agosto de 2020 – O mercado brasileiro de arroz vai encerrando a terceira semana de agosto com preços aquecidos. A nova valorização consistente do dólar frente ao real mantém as cotações do cereal sustentados no âmbito doméstico. Somente nesta sexta-feira (21), os ganhos superavam 1% às 11h15, com a moeda acima de R$ 5,60.

     No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a saca de 50 quilos tinha média de R$ 81,22 no dia 20 de agosto, ante R$ 75,00 por saca no dia 13 de agosto. Em 30 dias, a alta acumulada era de 25,24%. Frente ao mesmo período do ano anterior, a elevação chegava a 86,09%.

     Conforme o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana, o dólar atingiu nesta quinta-feira o maior nível em cerca de três meses, refletindo os alertas dados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) sobre a economia e a derrota do governo no Senado, que derrubou o veto presidencial que impedia aumento de servidores públicos até 2021. “Indicadores norte-americanos piores do que o esperado pelo mercado também colaboram para o dia de aversão ao risco”, acrescenta.

     Essa firmeza do dólar afeta diretamente os preços domésticos de arroz. “Com a exportação ganhando força e a importação encarecida, as cotações do cereal negociado internamente sobem”, explica o analista.

     No cenário internacional, destaque para a Argentina, que cultivou uma área de arroz de 190 mil hectares na safra 2019/20, 2,6% aquém dos 195 mil hectares registrados na temporada anterior (2018/19). Os números fazem parte de relatório mensal do Ministério da Agroindústria da Argentina. Em relação aos números apontados no relatório anterior, não houve alterações.

     O Ministério estimou a produção de arroz da Argentina na safra 2019/20 em 1,2 milhão de toneladas, estável frente à temporada anterior. Ante ao mês anterior, também há estabilidade.

     Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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