Com dólar e Chicago em direções opostas, mercado de soja se arrasta no Brasil

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Porto Alegre, 21 de outubro de 2022 – A semana foi arrastada na comercialização de soja nas principais praças de negociação do país. Os preços oscilaram entre estáveis e mais baixos, com os agentes tentando encontrar consenso, em meio a alta dos contratos futuros em Chicago e da queda do dólar frente ao real.

A saca de 60 quilos permaneceu na casa de R$ 182,00 em Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), o preço baixou de R$ 183,00 para R$ 180,50. Em Rondonópolis (MT), a cotação estabilizou em R$ 168,00. No Porto de Paranaguá, houve recuo, passando de R$ 190,00 para R$ 187,50.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com entrega em novembro encerraram a quinta, 20, a US$ 13,91 ½, acumulando uma valorização de 0,56% na semana. O mercado vinha pressionado pelo avanço da colheita nos Estados Unidos e do plantio no Brasil. Mas sinais de demanda firme garantiram a recuperação.

Os números para as exportações semanais americanas superaram as expectativas e apontaram forte presença da China na ponta compradora. Além disso, há a perspectiva de continuidade desse movimento nos próximos dias.

Em contrapartida, o dólar comercial teve queda de 2% na semana, encerrando a quinta a R$ 5,218. O cenário externo um pouco mais positivo e a reação do atual presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas pesaram sobre as cotações da moeda americana.

No Brasil, os produtores, bem capitalizados, evitam entram no mercado diante das atuais condições, aguardando por preços melhores. As atenções se voltam para o plantio, que vem apresentando boa evolução. Por enquanto, as perspectivas de safra são amplamente favoráveis, com a possibilidade da produção superar a casa de 150 milhões de toneladas.

Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS