Porto Alegre, 03 de abril de 2020 – Na contramão das commodities em geral, o preço do arroz foi favorecido pelo alastramento do coronavírus no mundo. Conforme o analista de SAFRAS & Mercado, Gabriel Viana, houve uma corrida aos supermercados por parte da população brasileira em função da pandemia, com o intuito de estocar itens básicos de alimentação.
A firmeza do dólar frente ao real, atualmente próxima de R$ 5,30, também atua como fator de suporte, assim como a elevação acumulada do arroz em março na Bolsa de Mercadorias de Chicago – posição maio subiu 3,2%. “Quem consegue exportar, encontra preços atrativos”, lembra Viana.
Na média do Rio Grande do Sul, estado referência para preços de arroz no Brasil, a indicação ficou em R$ 51,47 por saca de 50 quilos no dia 31 de março. No acumulado do mês, a elevação chegou a 4,14%. Frente ao mesmo período do ano anterior, a diferença era de 29,83% positiva.
Segundo boletim semanal da Emater, a colheita de arroz atinge 56% da área no Rio Grande do Sul. Os trabalhos avançaram 14 pontos percentuais na última semana. Em igual período do ano passado, atingiam 55%. A média para o período é de 52%.
As condições climáticas ocorridas na primeira semana de outono favoreceram a cultura; em geral, predominou o tempo seco, com altas temperaturas durante o dia e amenas à noite, baixa umidade relativa e precipitações esparsas, de baixos volumes. Em algumas regiões do RS, as acentuadas restrições nos níveis dos mananciais evidenciam a necessidade de racionamento. O restante das áreas se encontra em enchimento de grãos (8%) e maturação (36%).
Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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