Com coronavírus, estoques de algodão do Brasil devem subir muito

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     Porto Alegre, 12 de junho de 2020 – O algodão é uma das commodities mais afetadas pela pandemia do coronavírus. Como o vestuário não é um bem de primeira necessidade, é o que mais sofre com a crise econômica gerada pelo vírus. “Ao contrário da comida, uma pessoa pode ficar um ano sem comprar uma roupa”, exemplifica o analista de SAFRAS & Mercado, Élcio

Bento.

     Internamente, os danos à indústria têxtil brasileira são bastante sentidos. “Para a temporada 2020/21, o consumo interno deve cair para os níveis de 1984/85, ficando em 640 mil toneladas, ante 680 mil toneladas em 2019/20”, lamenta Bento.

      Neste contexto, os estoques de passagem da temporada 2019/20 devem ser de 700 mil toneladas, ante 414 mil toneladas em 2018/19. “Com o consumo doméstico em baixa, vamos precisar exportar muito”, pondera o analista. Com uma produção de 2,88 milhões de toneladas de pluma na safra 2019/20, a oferta total deve chegar a 3,6 milhões de toneladas

     Na temporada 2019/20, as exportações atingiram 1,9 milhão de toneladas. “Nossa capacidade logística foi testada, mas pode estar no limite”, adverte. “Devemos exportar novamente um volume recorde na temporada 2020/21, mas não há dúvidas que a logística é um dos principais gargalos”, frisa.

     Conforme Bento, o Brasil perde competitividade frente a outros países exportadores devido a distância dos portos. “Ainda que o custo do frete não seja tão significativo no caso do algodão”, finaliza.

     Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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