Porto Alegre, 24 de maio de 2024 – O mercado brasileiro do feijão carioca apresentou sinais de recuperação na última semana, impulsionado por uma considerável melhora na demanda. Este avanço nas cotações, conforme destaca o analista e consultor da Safras & Mercado, Evandro Oliveira, reflete a escassez de feijão carioca EL (escurecimento lento) disponível no mercado, com as ofertas se concentrando em cultivares do Paraná. Aproximadamente 23 mil sacas foram disponibilizadas ao longo da semana, das quais pelo menos 7 mil foram comercializadas.
“A forte demanda, junto a um volume significativo de compradores, sugere uma possível mudança de tendência nos preços”, explica o analista.
De acordo com Oliveira, a colheita da segunda safra no Paraná está quase finalizada, com regiões importantes como Ponta Grossa e Castro relatando uma redução significativa no volume colhido. Esta diminuição na oferta pode sustentar os preços no curto prazo. Outras regiões também seguem essa tendência, reforçando a expectativa de manutenção dos preços. O mercado está atento à colheita da variedade caupi no Mato Grosso, que pode influenciar a dinâmica de oferta e demanda.
“A saturação do mercado foi evidenciada pela ausência de compradores dispostos a adquirir grandes quantidades durante a madrugada, especialmente após um grande influxo de grãos comerciais do Paraná”, afirma. Os empacotadores, mais informados sobre as condições de oferta e demanda, estão ajustando suas estratégias de compra. Em algumas regiões, o feijão carioca pode ser comprado por cerca de R$ 150,00 por saca, enquanto os de melhor qualidade no Paraná alcançam preços acima de R$ 200,00 por saca.
Mercado lento
Em Minas Gerais, os produtores tentaram elevar os preços, testando a resistência dos compradores, mas sem sucesso, resultando em um mercado lento. Os preços na bolsa mantiveram-se estáveis, com vendas fracas. Os compradores adotaram uma postura cautelosa, esperando por condições de preço mais favoráveis ou mudanças na dinâmica do mercado.
A escassez de grãos de escurecimento lento continua sendo um ponto crítico. No Paraná, o mercado apresenta preços variados e demanda aquecida, sustentando os preços e sugerindo uma possível mudança de tendência. Os produtores, após um período de preços baixos, estão segurando as vendas, esperando uma maior valorização devido à crescente demanda.
Segundo o consultor, embora as operações estejam paralisadas, há possibilidade de negócios pontuais diretamente nas regiões produtoras, incentivados pela melhora gradual na demanda. “A atividade de mercado deve permanecer limitada, considerando o atual cenário de oferta e demanda. A ponta vendedora adota uma estratégia de maior controle da oferta, criando um ambiente favorável para a recuperação dos preços. Com a demanda mantida, essa postura pode gerar pressão ascendente sobre as cotações no curto prazo”, relata.
Feijão preto
Já o mercado do feijão preto apresentou estabilidade na última semana, com expectativas de que melhores negócios possam ocorrer ao longo do dia, especialmente para vendas de embarque e entregas futuras. Aproximadamente 2,5 mil sacas foram ofertadas na bolsa ao longo da semana, entretanto, sem negócios relevantes reportados.
Nos grandes centros consumidores do país, a demanda pelo feijão preto mostrou sinais de melhoria gradual. Nos supermercados, os preços continuam em queda, impulsionados por promoções que incentivam o consumo. Este aumento no giro de mercadorias oferece suporte às cotações, anteriormente enfraquecidas devido à oferta elevada, particularmente no Paraná, onde houve um aumento significativo na área plantada.
A demanda pelo feijão preto permaneceu fraca ao longo da semana, com os compradores adotando um comportamento cauteloso e garantindo seu abastecimento no início da semana. Este cenário foi influenciado pela abundância de oferta e a falta de urgência na aquisição de novos lotes. Inicialmente, uma grande oferta de grãos comerciais do Paraná inundou o mercado, pressionando os preços para baixo. Contudo, este excesso de oferta agora começa a mostrar sinais de estabilização à medida que o mercado se ajusta.
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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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