Porto Alegre, 12 de março de 2020 – Em dia de caos no mundo financeiro, o mercado físico de etanol praticamente ficou sem negociação durante a quinta-feira. A totalidade das usinas e unidades produtoras optou por sair do mercado spot em função do forte clima de incerteza e volatilidade observado através das quedas nos mercados acionário, de petróleo e do real contra o dólar.
As indicações de preços no mercado spot para períodos a frente também mostraram o tom de baixa que deve ser observado nos próximos meses. As indicações de preços para agosto e setembro, que no início desta semana oscilavam entre R$ 2,16 a R$ 2,23 o litro para hidratado com base em Ribeirão Preto, agora já oscilam entre R$ 2,04 a R$ 2,09.
Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci, os dados quinzenais de venda de etanol hidratado no Centro-Sul (1,5 bilhão de litros, conforme a União da Indústria da Cana-de-Açúcar – UNICA) também desanimaram os produtores, pois os volumes ficaram abaixo do esperado, voltando a níveis de três anos atrás. “É importante também salientar que o recuo no consumo do etanol já ocorria muito antes da atual crise do petróleo, do dólar e da pandemia de coronavírus. Com isso, o cenário é bem negativo para os preços do etanol no curto e no médio prazo. Nesse contexto, os preços no mercado físico ficaram estáveis e nominais, sem indicações por parte de usinas no dia de hoje”, completou.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) – Agência SAFRAS
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