Porto Alegre, 29 de maio de 2020 – O mercado internacional do café, balizado pelo arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), apresentou queda nas cotações em maio. O principal fator foi a evolução da colheita da safra brasileira de café de 2020, que deve ser recorde. O menor crescimento no consumo mundial por conta da pandemia do coronavírus é fator permanentemente baixista neste ano, também.
As primeiras massas de ar polar sobre o Brasil, que trazem os temores de geadas, vieram antecipadamente. Houve cautela e preocupação. As temperaturas caíram em alguns momentos, mas não houve prejuízos e assim o mercado internacional de café perdeu sustentação. O fato é que o país deve colher uma safra recorde. SAFRAS & Mercado estima colheita de 68,1 milhões de sacas e o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), corroborando, aponta produção de 67,9 milhões de sacas.
Segundo o consultor da Agência SAFRAS, Gil Barabach, “a melhora no humor externo, com a reabertura das economias e valorização dos outros ativos, pode influenciar positivamente o café na Bolsa de NY. Mas, os ganhos devem continuar limitados diante do fundamental fraco, frente à pressão da chegada da safra brasileira”, aponta. Para ele, um movimento de alta mais significativo está ligado a um susto climático, com o avanço de uma massa de ar polar. Mas, mesmo o “mercado de clima” com o inverno no Brasil tende a ter um efeito mais limitado por conta da carteira líquida comprada dos fundos.
Na Bolsa de Nova York para o café arábica (ICE Futures US), que baliza a comercialização internacional, o contrato julho caiu do final de abril para o dia 28 de maio de 106,30 centavos de dólar por libra-peso para 99,10 centavos, baixa de 6,8%. NY testou e rompeu a linha de US$ 1,00 a libra-peso ao final do mês, o que pode levar o mercado a testar patamares mais baixos. Porém, a apreensão com o frio no Brasil e as indicações de reabertura das economias podem garantir recuperações.
No mercado físico brasileiro, além das oscilações de NY, a volatilidade cambial mexeu muito com o mercado. O dólar comercial fechou abril a R$ 5,437 e finalizou a quinta-feira (28 de maio) a R$ 5,386, baixa no mês de 0,9%. Porém, chegou a ter máxima de R$ 5,82 em meados de maio. A entrada da safra brasileira pesa sobre os preços e agita o mercado. A demanda cresce pelos cafés novos.
O café arábica duro com 15% de catação no Sul de Minas caiu de R$ 570,00 a saca na base de compra no final de abril para R$ 520,00 a saca no fim de maio. O conilon tipo 7, em Vitória, Espírito Santo, subiu no comparativo de R$ 330,00 para R$ 345,00 a saca, acumulando ganho de 3,9%.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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Porto Alegre, 29 de maio de 2020 – O mercado internacional do café, balizado pelo arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), apresentou queda nas cotações em maio. O principal fator foi a evolução da colheita da safra brasileira de café de 2020, que deve ser recorde. O menor crescimento no consumo mundial por conta da pandemia do coronavírus é fator permanentemente baixista neste ano, também.
As primeiras massas de ar polar sobre o Brasil, que trazem os temores de geadas, vieram antecipadamente. Houve cautela e preocupação. As temperaturas caíram em alguns momentos, mas não houve prejuízos e assim o mercado internacional de café perdeu sustentação. O fato é que o país deve colher uma safra recorde. SAFRAS & Mercado estima colheita de 68,1 milhões de sacas e o adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), corroborando, aponta produção de 67,9 milhões de sacas.
Segundo o consultor da Agência SAFRAS, Gil Barabach, “a melhora no humor externo, com a reabertura das economias e valorização dos outros ativos, pode influenciar positivamente o café na Bolsa de NY. Mas, os ganhos devem continuar limitados diante do fundamental fraco, frente à pressão da chegada da safra brasileira”, aponta. Para ele, um movimento de alta mais significativo está ligado a um susto climático, com o avanço de uma massa de ar polar. Mas, mesmo o “mercado de clima” com o inverno no Brasil tende a ter um efeito mais limitado por conta da carteira líquida comprada dos fundos.
Na Bolsa de Nova York para o café arábica (ICE Futures US), que baliza a comercialização internacional, o contrato julho caiu do final de abril para o dia 28 de maio de 106,30 centavos de dólar por libra-peso para 99,10 centavos, baixa de 6,8%. NY testou e rompeu a linha de US$ 1,00 a libra-peso ao final do mês, o que pode levar o mercado a testar patamares mais baixos. Porém, a apreensão com o frio no Brasil e as indicações de reabertura das economias podem garantir recuperações.
No mercado físico brasileiro, além das oscilações de NY, a volatilidade cambial mexeu muito com o mercado. O dólar comercial fechou abril a R$ 5,437 e finalizou a quinta-feira (28 de maio) a R$ 5,386, baixa no mês de 0,9%. Porém, chegou a ter máxima de R$ 5,82 em meados de maio. A entrada da safra brasileira pesa sobre os preços e agita o mercado. A demanda cresce pelos cafés novos.
O café arábica duro com 15% de catação no Sul de Minas caiu de R$ 570,00 a saca na base de compra no final de abril para R$ 520,00 a saca no fim de maio. O conilon tipo 7, em Vitória, Espírito Santo, subiu no comparativo de R$ 330,00 para R$ 345,00 a saca, acumulando ganho de 3,9%.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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