Porto Alegre, 21 de agosto de 2020 – A colheita de café da safra brasileira 2020/21, que deve confirmar produção recorde, se encaminha para o final. Segundo levantamento semanal de SAFRAS & Mercado, a colheita estava em 94% até o dia 18 de agosto. Na semana anterior, o índice era de 90%.
Tomando por base a estimativa de SAFRAS para a produção de café do Brasil em 2020/21 de 68,1 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 63,8 milhões de sacas até o dia 18.
A colheita andou atrasada contra o ano passado desde o seu começo, e mantém-se atrás do que era visto em 2019 nesse período, quando os trabalhos estavam em 98% da safra estava colhida neste período. Os trabalhos estão levemente acima da média dos últimos 5 anos, que é de 93%.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, os trabalhos chegam à reta final no Brasil e, de uma forma geral, o clima continua favorecendo o andamento da colheita e secagem do café. “As chuvas previstas para essa semana no Paraná, São Paulo e em parte do Sul de Minas podem atrapalhar essa reta final, especialmente a secagem do café”, adverte.
No caso do arábica, a colheita chega a 91% da produção, contra 97% em igual época do ano passado e 90% em média dos últimos 5 anos. Os trabalhos com conilon já chegaram ao fim.
Mercado
A recente subida do dólar e também do arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), em que pese toda a volatilidade, testando resistências, oferecem sustentação às cotações do café no mercado físico interno de café. “E os preços mais altos animam os vendedores”, aponta Barabach. Porém, ele indica que começam a surgir problemas logísticos, típicos de uma safra grande. “Os armazéns lotados e falta de caminhões, inibem, inclusive, algumas negociações no disponível. Há compradores pedindo prazo para recebimento e preferindo negociar com entrega em seus armazéns. A impressão que fica é que há mais vendedores que compradores, o que alivia o estímulo externo”, comenta.
A bebida boa do Sul de Minas subiu a R$ 585,00 a R$ 590,00 saca, com lotes certificados voltando a trocar de mãos em torno de R$ 600,00 a saca. Mesmo patamar da Mogiana em São Paulo. Café fino do Cerrado de Minas foi indicado entre R$ 605,00 a R$ 610,00 a saca. “Um patamar de preço bastante atrativo, o que justifica o interesse por parte do vendedor”, ressalta o consultor.
Já o café rio subiu a R$ 420,00 a saca na região das Matas de Minas, encontrando sustentação na pouca disponibilidade física. Já o conilon tipo 7 do Espírito Santo foi indicado a R$ 390,00 a saca em Vitória.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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