Clima seco no Brasil e na Argentina traz preocupações aos produtores de trigo

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Porto alegre, 20 de agosto de 2021 – O mercado brasileiro de trigo segue atento ao clima seco na Argentina. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Jonathan Pinheiro, a produção do país é prevista em 20,1 milhões de toneladas.

“A falta de chuvas segue prejudicando o desenvolvimento da cultura. Caso permaneça, a estiagem tende a causar perdas ainda superiores”, disse. Nesta semana, 43% das lavouras estão com déficit hídrico contra 39% na semana anterior. No mesmo período do ano passado, quando o país foi afetado por uma das maiores secas da última década eram 59% das lavouras com déficit hídrico.

Paraná

Algumas lavouras de trigo de Palotina, no oeste do Paraná tiveram perdas de 70% a 80% devido às geadas do final de agosto. Segundo o engenheiro agrônomo da C.Vale, André Borin, agora as perdas acontecem pela falta de chuvas. “Se chover agora, ajuda o trigo, mas prejudica o milho”, disse. As previsões, no entanto têm mudado frequentemente e não têm se confirmado.

Os produtores trabalham nos tratos culturais. “O manejo acontece, mas não como deveria ter acontecido, acontece na medida do possível e dentro do necessário”, disse.

Praticamente todas as lavouras já estão do florescimento em diante. A colheita deve começar na primeira quinzena de setembro. Em algumas áreas, as perdas serão totais e as colheitadeiras nem entrarão nas lavouras. O novo número de produtividade deve ser atualizado na virada do mês. A superfície totaliza 1,5 mil hectares.

Rio Grande do Sul

A segunda semana de agosto trouxe chuvas de baixa intensidade ao Rio Grande do Sul – entre os dias 9 e 10 –, mas importantes para recompor a umidade do solo em muitas localidades. Isso propiciou melhorias no desenvolvimento do trigo.

A entrada da frente fria ocasionou a queda na temperatura, com formação de geada de baixa intensidade no dia 12, sem danos significativos ao trigo. Em 13/08, a temperatura voltou a subir, permanecendo amena no final de semana. Nas localidades onde que houve melhoria da umidade do solo, os produtores realizaram tratos culturais.

Até o dia 19 de agosto, 1% das lavouras estavam em enchimento de grãos, 10% em floração e 89% em germinação ou desenvolvimento vegetativo. O desenvolvimento está atrasado na comparação com os últimos anos.

Argentina

A falta de chuvas segue prejudicando o desenvolvimento do trigo na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 43% das lavouras estão em déficit hídrico. Na semana passada, eram 39%. Em igual período do ano passado, 59% da área estava nessa situação. A superfície totaliza 6,5 milhões de hectares.


Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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