Porto Alegre, 23 de março de 2023 – Com a metade da colheita de soja realizada e a previsão de clima favorável aos trabalhos nas próximas semanas, o recorde da safra brasileira deve ser garantido. A avaliação é do analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque, durante o 5º SAFRAS Agri Week. “A nossa projeção atual é de 152,4 milhões de toneladas”, destaca.
O analista lembra que ao país segue expandindo a área com a oleaginosa. “São cerca de 20 anos aumentando, sendo estimada em 43,8 milhões de hectares na temporada 2022/23”, lembra.
Neste ano, o fenômeno La Niña trouxe problemas sérios somente para o Rio Grande do Sul. “Mesmo assim, o estado deve ter uma produção 77% maior em 2022/23, ante a temporada 2021/22, somando cerca de 17 milhões de toneladas”, projeta Gutierrez Roque. “Se não tivesse problema climático, poderia chegar a 21 ou 22 milhões de toneladas”, adverte. Na safra passada, foram apenas entre 9 e 10 milhões de toneladas.
Em relação aos estoques brasileiros, a situação deve ser mais tranquila no final do ano. São estimados para fechar 2023 em 5,8 milhões de toneladas, ante 3,8 milhões em 2022.
Sobre a comercialização, o atraso está pressionando as cotações domésticas. “Temos 35,4% da safra 2022/23 comercializada, quando era para termos cerca de 51% já”, pondera o analista. Como os produtores atrasaram a negociação, a maior oferta nos próximos meses deve ser prejudicial aos preços da saca de soja. “Esperamos um percentual de 45% para a comercialização no início de abril”, completa.
Na Argentina, a situação é bastante delicada em função do clima. “Será o terceiro ano seguido com perdas de produtividade”, lamenta o consultor, acrescentando que deve ficar abaixo de 30 milhões de toneladas este ano. Um dos reflexos será o aumento nas importações do país, que devem pular para 10 milhões de toneladas, quando normalmente ficam entre 4 a 5 milhões de toneladas. “Já as exportações devem cair de 5,6 milhões para 1 milhão de toneladas.
Para os preços da soja na Bolsa de Mercadorias de Chicago, as previsões para o segundo trimestre e segundo semestre não são positivas atualmente. “Tudo vai depender da área a ser plantada nos Estados Unidos e do clima no país”, frisa o analista. Por isso, o produtor tem que aproveitar “qualquer respiro” da bolsa para negociar.
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Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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