Clima deve causar quebra de 25% a 30% para feijão em diversas regiões do Brasil – SAFRAS

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Porto Alegre, 11 de janeiro de 2024 – A produção total de feijão no Brasil na temporada 2023/24 é projetada em 2,998 milhões de toneladas, representando uma redução de 3,8% em comparação com a temporada anterior, que registrou uma colheita de 3,116 milhões de toneladas.

A área cultivada é estimada em 2,759 milhões de hectares, apresentando um aumento de 0,9% em relação à safra anterior, que abrangeu 2,733 milhões de hectares. Quanto à produtividade, está prevista em 1.087 quilos por hectare, refletindo uma queda de 4,7% em comparação com a temporada anterior de 2022/23, na qual a produtividade foi de 1.140 quilos por hectare.

A primeira safra de feijão para 2023/24 deverá totalizar 835,7 mil toneladas, indicando uma redução de 11,81% em relação à temporada anterior, que registrou uma colheita de 947,6 mil toneladas. Para a segunda safra em 2023/24, a estimativa é de 1,363 milhão de toneladas, apresentando um aumento de 10,35% em relação ao volume colhido no ano passado, que foi de 1,235 milhão de toneladas. A terceira safra é projetada em 799,3 mil toneladas, representando uma leve redução de 0,3% em comparação com 2022/23, quando foram colhidas 801,6 mil toneladas.

Clima

Segundo o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, as condições climáticas adversas enfrentadas pelo Brasil, incluindo seca declarada em regiões essenciais como Sudeste, Norte e Nordeste, estão resultando em desafios significativos para a safra de feijão 2023/24. Há relatos crescentes de uma quebra estimada entre 25% e 30% no Paraná, afetando principalmente o feijão preto. Áreas no sudoeste goiano, Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia também enfrentam perdas em torno de 30%.

O clima marcado por excesso de chuvas e estiagens severas, impactou diretamente na produção da primeira safra. A produtividade média por hectare caiu entre 10% e 20% nos estados afetados. A situação eleva as preocupações sobre a disponibilidade futura do grão, influenciando nas cotações e levando os produtores a anteciparem pedidas para R$ 400,00 por saca em plena colheita da primeira safra.

“A dependência crescente de importações, principalmente da Argentina, torna-se evidente diante da menor produção nacional. Para esta temporada, as compras externas brasileiras de feijão estão estimadas em 100 mil toneladas, um avanço de 17,6% em relação à temporada anterior”, afirma o analista. Porém, as exportações estão estimadas em 135 mil toneladas, uma queda de 8,5% frente à temporada anterior, diante da perspectiva de menor disponibilidade do grão.

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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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