Porto Alegre, 17 de abril de 2025 – Com baixa liquidez e ritmo típico de pré-feriado, o mercado de arroz operou em ambiente de baixa movimentação e preços apenas nominais. “Apesar deste compasso mais calmo, o setor segue atento aos desdobramentos das recentes chuvas e ventos fortes que atingiram o Rio Grande do Sul, principal polo produtor do país, monitorando com cautela os potenciais reflexos sobre os preços e a qualidade do produto final”, destaca o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
Embora o ciclo 2024/25 tenha registrado um desempenho bastante satisfatório no estado gaúcho, com alguns relatos de produtividades perto de 15 toneladas por hectare – ultrapassando a marca de 300 sacas por hectare em algumas regiões –, há registros pontuais de adversidades. “A menor luminosidade registrada no final de novembro, seguida por períodos de calor intenso em janeiro, trouxe desafios para algumas lavouras, o que pode ter comprometido parcialmente o potencial produtivo em determinadas localidades”, pondera Oliveira.
Ainda assim, o saldo geral da safra é amplamente positivo, o que ajuda a manter a estabilidade dos preços no curto prazo. Em termos nacionais, os trabalhos de colheita já alcançam cerca de 70% da área cultivada.
Para o analista, o mercado interno encontra-se em equilíbrio momentâneo, com pouca pressão vendedora e uma postura ainda cautelosa dos compradores. “Enquanto isso, o mercado internacional permanece como um importante ponto de apoio, especialmente diante de um câmbio ainda favorável às exportações”, ressalta.
O ambiente, portanto, é de expectativa, com os fundamentos sinalizando estabilidade, mas com possíveis gatilhos de volatilidade dependendo da evolução climática e dos desdobramentos nas negociações externas.
Portanto, a média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) fechou em R$ 77,13 na quarta-feira (16), queda de 0,20% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, o recuo era de 6,24%. Em relação a 2024, a desvalorização atingia 25,4%.
Rodrigo Ramos/ Agência Safras News
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