Porto Alegre, 30 de dezembro de 2021 – Após uma quebra histórica de safra no Brasil em 2021, o desenho para o próximo ano está um pouco mais “bonito” em comparação a alguns meses atrás. Uma estiagem quase sem precedentes e ainda episódios de geadas derrubaram a safra de cana do Centro-Sul para 525 milhões de toneladas, uma queda de 13,3 por cento em relação a 2020/21, quando foram colhidas e processadas 605,4 milhões de toneladas, conforme dados da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (UNICA), o volume mais baixo desde 2011/12.
Mas, a entressafra começou na principal região canavieira do país com chuvas dentro da média histórica. “Já para janeiro e fevereiro, as chuvas tendem a aumentar e se posicionar acima da média, o que deve resultar numa colheita de até 560 milhões de toneladas de cana, bem acima das 520 milhões de toneladas que chegaram a ser especuladas no auge da crise hídrica”, aponta o analista da consultoria SAFRAS & Mercado, Maurício Muruci.
Em termos globais, as perspectivas são ainda melhores para a produção de açúcar diante das chuvas de monção constantes e acima da média beneficiando canaviais na Índia na Tailândia. “Acreditamos que a produção de açúcar da Índia pode chegar a 35 milhões de toneladas, e a 10 milhões de toneladas na Tailândia em 2021/22”, salientou Muruci.
USDA vê excedente de oferta em 2021/22
A produção mundial de açúcar em 2021/22 deverá totalizar 181,082 milhões de toneladas, de acordo com relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Para a temporada 2020/21, a produção estimada é de 180,124 milhões de toneladas. Conforme o USDA, o consumo total de açúcar deverá atingir 174,545 milhões de toneladas em 2021/22, contra as 171,100 milhões de toneladas estimadas para 2020/21 Haverá, então, segundo o USDA, um superávit de oferta de 6,537 milhões de toneladas na temporada 2021/22, contra um superávit de 8,024 milhões de toneladas na temporada anterior. “A queda na produção brasileira em 2021/22 será compensada por ganhos na União Europeia, Índia, Rússia e Tailândia. Já o consumo deve crescer em mercados como a China, Índia e Rússia”, disse o USDA.
Fábio Rübenich (fabio@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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