A China pediu que os Estados Unidos retirem imediatamente as novas tarifas impostas sobre produtos chineses e prometeu retaliar caso isso não aconteça. O anúncio veio após o presidente Donald Trump decretar tarifas generalizadas sobre parceiros comerciais dos EUA. Segundo o Ministério do Comércio chinês, essa medida ignora os acordos alcançados em negociações comerciais internacionais e desconsidera os benefícios que os EUA obtiveram com o comércio global ao longo dos anos. Em resposta, Pequim afirmou que tomará medidas para proteger seus interesses, intensificando o risco de uma escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Trump anunciou uma tarifa adicional de 34% sobre produtos chineses, somando-se aos 20% já aplicados anteriormente, totalizando um aumento de 54%. Além disso, ele assinou uma ordem executiva fechando uma brecha comercial conhecida como “de minimis”, que permitia a entrada de pacotes de baixo valor sem tributação. Especialistas afirmam que essas tarifas poderão elevar a média dos impostos sobre produtos chineses para 76%. Pequim, por sua vez, não especificou quais contramedidas adotará, mas reforçou que está preparada para responder às novas restrições.
Outros países também foram afetados pela nova política tarifária de Trump. Mercados como Vietnã, México e Malásia, que vinham sendo usados por empresas chinesas para evitar sanções americanas, agora enfrentarão tarifas de até 46%, reduzindo as vantagens de deslocar a produção para fora da China. Empresas europeias e multinacionais que reorganizaram suas cadeias produtivas para minimizar riscos decorrentes da guerra comercial podem ter que fazer novos ajustes, o que não será viável no curto prazo. Apesar dessas dificuldades, especialistas apontam que a China deverá intensificar o comércio com outras regiões, como Europa, Sudeste Asiático e África.
Apesar do impacto das tarifas, a China mantém sua meta de crescimento econômico em torno de 5% para o ano, apostando em estímulos fiscais, flexibilização monetária e incentivos ao consumo interno para compensar as perdas com exportações. O governo já havia antecipado a possibilidade de novas sanções e manteve reservas de políticas econômicas para responder a esse cenário. Além disso, uma possível reunião entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, prevista para junho, pode influenciar os rumos da disputa comercial. No entanto, analistas afirmam que ambos os líderes enfrentam o dilema de não quererem parecer fracos, o que pode prolongar ainda mais o impasse.