A China negou a realização de negociações comerciais com os Estados Unidos e reforçou seu apelo para que Washington cancele todas as tarifas unilaterais, em meio a sinais de que o governo de Donald Trump pode reduzir os impostos sobre produtos chineses. O porta-voz do Ministério do Comércio, He Yadong, afirmou que os EUA devem eliminar as medidas protecionistas “se realmente desejam” resolver o conflito comercial, citando o provérbio chinês: “Quem amarra o sino deve desamarrá-lo”.
Fontes indicam que a administração Trump estuda reduzir as tarifas sobre importações chinesas dos atuais 145% para algo entre 50% e 65%, dependendo de negociações com Pequim. Enquanto isso, o governo chinês reforçou seu discurso, pedindo que os EUA ouçam as “vozes racionais” da comunidade internacional e de setores domésticos. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, negou veementemente qualquer acordo ou consulta sobre tarifas, classificando rumores nesse sentido como “notícias falsas”.
Preocupada com os impactos da guerra comercial, a China realizou uma reunião com mais de 80 empresas estrangeiras e câmaras de comércio para discutir os efeitos das tarifas americanas em seus investimentos e operações no país. O vice-ministro do Comércio, Ling Ji, incentivou as empresas a “transformar crises em oportunidades” e prometeu trabalhar para resolver seus desafios. Paralelamente, o governador do banco central chinês, Pan Gongsheng, reafirmou o compromisso do país com as regras de livre comércio e o sistema multilateral, durante reunião do G20.
O impasse comercial continua sem solução, mas os movimentos recentes sugerem uma possível abertura para negociações, ainda que as posições públicas de ambos os lados permaneçam firmes. Enquanto a China insiste no fim imediato das tarifas, os EUA condicionam qualquer flexibilização a avanços nas tratativas. O desfecho dessa disputa pode definir os rumos do comércio global nos próximos anos.