Porto Alegre, 16 de abril de 2025 – Em palestra durante o segundo dia do 9º Safras Agri Week, evento promovido por Safras & Mercado e que está sendo transmitido no YouTube, o analista Paulo Molinari destacou que a guerra de tarifas entre Estados Unidos e China para o milho tem um efeito praticamente nulo. “A China não compra nada dos Estados Unidos há anos. Com isso, o efeito do país asiático em impor uma taxa de 125% para o cereal norte americano é praticamente zero”, afirma.
Molinari sinaliza que há dúvidas se países afetados por elevações de tarifas pelos Estados Unidos como Vietnã, Malásia e Coreia do Sul irão desviar compras para a América do Sul, em detrimento do cereal estadunidense.
Na Argentina, o analista de Safras & Mercado, Andrés Cannizzo, avalia que para a Argentina as tarifas impostas por Estados Unidos e China não deve trazer grandes oportunidades adicionais. De todo modo, ele ressalta que a Argentina tem conseguido boas oportunidades para exportar, uma vez que os preços se mostram mais competitivos e não há maiores problemas de disponibilidade do cereal no país.
A respeito da safra 2024/25 doe Estados Unidos, Molinari sinaliza que os estoques de passagem caíram bastante devido à forte exportação registrada pelo país. “Fica agora a perspectiva para a nova safra norte-americana, que tem uma possibilidade de ter uma área cultivada ainda maior que a esperada no relatório de intenção de plantio divulgado recentemente”, analisa.
No que tange ao cenário internacional de milho, Molinari ressalta que o mercado entra agora no mercado de clima, o que deve trazer grande volatilidade na Bolsa de Mercadorias de Chicago nos próximos meses.
Cannizzo ressalta que as mudanças estabelecidas nos últimos dias na economia da Argentina e, com a garantia de que as reduções nas retenções irão terminar até o final de junho, fica a expectativa de como seguirá o andamento das exportações de milho do país.
Mercado Interno
A respeito do mercado interno brasileiro, Molinari afirma que a safrinha vai muito bem, apesar de alguns problemas de clima observados em Minas Gerais e em São Paulo. “O Mato Grosso terá alguma colheita de segunda safra ainda em maio, mas o volume será insuficiente para atender a demanda, com a oferta em julho já sendo melhor”, comenta.
O analista destaca que, com um bom volume de milho entrando no mercado no segundo semestre, o Brasil dependerá novamente de boas exportações para manter os preços atrativos. “Esperamos exportações da ordem de 42 milhões de toneladas e serão elas que irão definir os preços internos do cereal”, finaliza.
Arno Baasch – arno@safras.com.br (Safras News)
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