Cenário aponta para preços mais baixos dos fertilizantes em 2023 frente a este ano – SAFRAS Agri Week

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Porto Alegre, 8 de novembro de 2022 – O setor de fertilizantes tende a trabalhar com patamares de preços menores em 2023 se comparados aos registrados neste ano, de acordo com a consultora de SAFRAS & Mercado para o mercado de fertilizantes, Maísa Romanello. “O mercado de fertilizantes vem mostrando sinais de reequilíbrio, com a situação de oferta mostrando sinais de melhora”, disse. Ela realizou palestra há pouco durante o primeiro dia do 4o SAFRAS Agri Week, evento totalmente on line e gratuito que está ocorrendo nesta semana, entre 08 e 10 de novembro.

De acordo com Romanello, a guerra na Rússia neste ano impactou ainda mais o cenário de preços no mercado de fertilizantes, que atingiu patamares de preço recordes no primeiro semestre deste ano em meio a sanções impostas a fornecedores russos. O conflito também acabou trazendo problemas no fornecimento de gás natural da Rússia aos demais países da Europa, ocasionando, em consequência, uma elevação nos preços dos fertilizantes nitrogenados.

No que tange ao Brasil, após o pico de preços dos fertilizantes em abril, que fizeram com que a relação de troca entre o milho e a soja atingisse o pior cenário dos últimos anos, com a necessidade de quase 70 sacas de milho para a obtenção de 1 tonelada de MAP (fosfato monoamônico), Romanello afirma que o movimento de queda nas cotações que passou a ser observado com o recuo na demanda começa a trazer um pouco de alívio aos produtores, muito embora os preços ainda estejam em patamares bem maiores se comparados à média registrada nos últimos anos.

A consultora de SAFRAS destaca que, diante das preocupações em torno de uma possível queda no fornecimento com o conflito entre Rússia e Ucrânia, o Brasil adotou uma estratégia de antecipar as importações de fertilizantes no primeiro semestre deste ano. Com isso, a tendência é de que haja um declínio nas aquisições nos próximos meses, o que deve fazer com que o volume adquirido pelo país neste ano seja inferior ao registrado em 2021.

Romanello sinaliza que, a longo prazo, a produção de fertilizantes pelo Brasil tende a aumentar, apoiado pelo Plano Nacional lançado neste ano e pelas melhorias de infraestrutura que vem sendo realizadas nos portos. De uma forma geral, o Brasil seguirá dependente de outros países para a aquisição de fertilizantes, por conta de sua necessidade de demanda elevada.

A consultora ressalta, porém, que o Brasil sinalizou alguns avanços interessantes, como a busca por biofertilizantes, setor que cresceu mais de dois dígitos no país, uma vez que os produtores têm buscado por inovações e por alternativas frente aos fertilizantes minerais, especialmente após a grande escalada nos preços internacionais. “O setor de biofertilizantes deve crescer bastante nos próximos anos”, conclui.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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