Porto Alegre, 21 de março de 2025 – Refletindo a retração dos vendedores e a postura compradora cautelosa, que busca pressionar ainda mais os preços, o mercado brasileiro de arroz segue com baixa liquidez.
“Apesar da leve melhora nos volumes beneficiados, unidades industriais continuam relatando quedas acentuadas nos preços do fardo, consequência direta da forte concorrência por espaço nas prateleiras do varejo e da forte queda da matéria-prima”, explica o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
A oferta de venda aumentou significativamente, impulsionada pela necessidade de capitalização de parte dos produtores para cobrir os custos da safra. “Este fator tem intensificado a pressão sobre as cotações, dificultando a sustentação de patamares mais elevados”, pontua Oliveira.
Há rumores no mercado de sondagens de importadores em torno de US$ 14,50 por saca posto no Porto de Rio Grande, o que equivale a cerca de R$ 82 por saca, ou valores próximos de R$ 74 livres ao produtor. “Estes níveis demonstram que o mercado segue operando em uma faixa crítica, com margens apertadas ou levemente negativas para os orizicultores”.
Para o consultor, o mercado segue sem sinais claros de recuperação no curto prazo. “A definição de novos contratos de exportação será fundamental para equilibrar oferta e demanda e evitar um ciclo prolongado de desvalorização”, pondera. Enquanto isto, o setor se mantém atento ao comportamento dos compradores e à evolução das negociações no mercado internacional.
A média da saca e 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista), principal referencial nacional, fechou a quinta-feira (20) em R$ 80,43, registrando queda de 3,12% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, o recuo era de 16,14%. Enquanto, em relação a 2024, a desvalorização atingiu 23,33%.
Rodrigo Ramos/ Agência Safras News
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