Porto Alegre, 23 de agosto de 2023 – O mercado brasileiro de trigo tem agentes cautelosos e pouco ativos. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, o sentimento dos compradores é de que o ingresso da safra nova, que já é colhida, exerça pressão sobre as cotações. Da mesma forma, a expectativa de aumento da safra argentina e a acomodação das cotações internacionais são indicadores de barateamento do cereal.
Conforme a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), até 22 de agosto, a colheita atingia 4,7% da área no Brasil. O avanço semanal foi de apenas 1,1 ponto percentual. O Paraná, atualmente o segundo maior produtor nacional, tem apenas 4% da área colhida. O Rio Grande do Sul, líder na produção brasileira, ainda não iniciou a ceifa, o que deve ocorrer apenas em setembro, se intensificando em outubro.
As lavouras de trigo se desenvolvem com certa normalidade nos dois estados. Em algumas regiões, as temperaturas mais elevadas aceleraram o crescimento das plantas, o que demandou maior atenção dos produtores e engenheiros agrônomos nos tratos culturais. Também em áreas localizadas, há ocorrência de doenças, em função do clima. Ainda não há, no entanto, perspectiva de quebra de safra.
A estimativa de SAFRAS & Mercado para a produção nacional é de 11,55 milhões de toneladas em 2023, 3,1% acima do ano anterior. A safra gaúcha deve cair 8,5% para 5,5 milhões de toneladas, mas a paranaense, deve se recuperar da quebra de 2022 e crescer 21,7%, somando 4,38 milhões de toneladas.
Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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