Cautela nos negócios deve seguir predominando no mercado doméstico de milho

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Porto Alegre, 9 de maio de 2024 – O mercado brasileiro de milho deve ter uma quinta-feira de cautela nos negócios. Produtores e consumidores adotam postura retraída, avaliando principais formadores de preços no país para concretizar um avanço na comercialização. Neste contexto, no cenário internacional, a Bolsa de Mercadorias de Chicago registra baixa e o dólar sobe bem frente ao real.

O mercado brasileiro de milho continuou travado nesta quarta-feira, com produtores e consumidores atuando com cautela nas negociações. Houve preços pouco alterados no dia. Por um lado, os consumidores sinalizam tranquilidade em relação a estoques, adquirindo lotes pontuais, na expectativa de preços mais baixos com a safrinha. Por outro lado, os produtores especulam com as recentes movimentações dos futuros, com clima. Há ainda a expectativa com relatório de Oferta e Demanda do USDA, que será divulgado na sexta-feira (10).

No Porto de Santos, o preço ficou entre R$ 59,50/62,00 (compra/venda) a saca (CIF). Já no Porto de Paranaguá, cotação entre R$ 59,00/64,00 (compra/venda) a saca.

No Paraná, a cotação ficou em R$ 56,00/57,00 (compra/venda) a saca em Cascavel. Em São Paulo, preço de R$ 55,00/57,00 na Mogiana. Em Campinas CIF, preço de R$ 59,00/62,00 a saca.

No Rio Grande do Sul, preço ficou em R$ 63,00/65,00 a saca em Erechim. Em Minas Gerais, preço em R$ 51,00/53,00 a saca em Uberlândia. Em Goiás, preço esteve em R$ 46,00/48,00 a saca em Rio Verde – CIF. No Mato Grosso, preço ficou a R$ 41,00/43,00 a saca em Rondonópolis.

CHICAGO

* Os contratos com entrega em julho de 2024 operam com baixa de 0,75 centavo, ou 0,16%, cotados a US$ 4,57 3/4 por bushel.

* O mercado é pressionado pelo avanço do plantio nos Estados Unidos, estendendo o forte quadro negativo registrado na sessão anterior e seguindo o recuo da soja.

* A alta do petróleo em Nova York e a desaceleração do dólar frente a outras moedas correntes limitam uma maior baixa na sessão. A estimativa do mercado em torno de uma redução de safra na Argentina, afetada duramente pela praga da cigarrinha, também atua como fator limitador aos preços.

* Os agentes ainda digerem as vendas semanais estadunidenses de milho, que ficaram dentro do esperado. As vendas líquidas norte-americanas de milho para a temporada comercial 2023/24, que tem início no dia 1o de setembro, ficaram em 889.200 toneladas na semana encerrada em 2 de maio. O México liderou as compras, com 193.400 toneladas.

* Para a temporada 2024/25, foram mais 49,1 mil toneladas. Analistas esperavam exportações entre 600 mil e 1,1 milhão de toneladas, somando-se as duas temporadas. As informações são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

* Os agentes também buscam se posicionar frente ao relatório de sexta-feira (10) do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. O USDA deverá indicar safra e estoques finais dos Estados Unidos em 2024/25 acima da temporada anterior. Serão as primeiras projeções para a atual temporada.

* Analistas consultados pelas agências internacionais apostam em uma produção de 14,897 bilhões de bushels de milho em 2024/25, menor ante a safra 2023/24, que está estimada em 15,342 bilhões de bushels.

* Os estoques finais de passagem da safra 2024/25 norte-americanos devem ser indicados em 2,256 bilhões de bushels. Para a safra 2023/24, os estoques finais de passagem devem ser reduzidos de 2,122 bilhões de bushels para 2,098 bilhões de bushels.

* Para a safra global 2024/25, os estoques finais de passagem devem ser indicados em 317,4 milhões de toneladas. A previsão é de que os estoques finais de passagem da safra mundial 2023/24 sejam apontados em 315,3 milhões de toneladas, abaixo das 318,3 milhões de toneladas indicadas no mês passado.

* Ontem (8), os contratos de milho com entrega em julho de 2024 fecharam a US$ 4,58 1/2 por bushel, baixa de 8,50 centavos de dólar, ou 1,82%, em relação ao fechamento anterior. A posição setembro de 2024 fechou a sessão a US$ 4,68 1/2 por bushel, recuo de 8,00 centavos de dólar, ou 1,67%, em relação ao fechamento anterior.

CÂMBIO

* O dólar comercial registra alta de 1,10% a R$ 5,1469. O Dollar Index registra desvalorização de 0,11% a 105,43 pontos.

INDICADORES FINANCEIROS

* As principais bolsas da Ásia fecharam com preços mistos. Xangai, + 0,83%. Japão, -0,34%.

* As principais bolsas na Europa operam com índices firmes. Paris, + 0,30%. Frankfurt, + 0,93%. Londres, + 0,25%.

* O petróleo opera em alta. Junho do WTI em NY: US$ 79,43 o barril (+0,55%).

AGENDA

– Dados de desenvolvimento das lavouras argentinas – Bolsa de Cereais de Buenos Aires, 15hs.

– Relatório de condições das lavouras da Argentina – Ministério da Agricultura, na parte da tarde.

– Dados sobre o desenvolvimento das lavouras no RS – Emater, na parte da tarde.

—–Sexta-feira (10/05)

– Reino Unido: A leitura preliminar do PIB do primeiro trimestre de 2024 e a mensal de março será publicado às 3h pelo departamento de estatísticas.

– Reino Unido: A produção industrial de março será publicada às 3h pelo departamento de estatísticas.

– Reino Unido: O saldo da balança comercial de março será publicado às 3h pelo departamento de estatísticas.

– O IBGE divulga, às 9h, O IPCA e o INPC de abril.

– Relatório de maio de oferta e demanda de soja, milho, trigo, arroz e algodão mundial e dos EUA (Wasde) – USDA, 13h.

– Dados de evolução das lavouras do Mato Grosso – IMEA, 16h.

Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Safras News

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