Porto Alegre, 26 de junho de 2020 – No mercado brasileiro de carne suína, os preços do atacado e do vivo não encontram espaço para novas altas. O mercado se depara um fluxo de negócios calmo, com agentes aguardando por sinais do avanço da demanda doméstica, o que tende a se mostrar mais evidente após a virada do mês com a entrada da massa salarial na economia e com processo de relaxamento da quarentena em vários estados do país.
“Contudo, o avanço nos números de casos de COVID-19 traz alguma apreensão, uma vez que novos fechamentos não são descartados em algumas localidades, como em municípios do Paraná e Rio Grande do Sul”, alerta o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia.
A forte alta da carne bovina também é um fator que pode favorecer a carne suína nas próximas semanas, ainda mais em um ambiente de crise. “Para completar o quadro, as exportações devem fechar junho com número elevado, puxado pelas compras da China, fator que ajuda a enxugar parte da oferta doméstica e na formação dos preços, completa.
As exportações de carne suína fresca, refrigerada ou congelada do Brasil renderam US$ 126,907 milhões em junho (14 dias úteis), com média diária de US$ 9,064 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 58,903 mil toneladas, com média diária de 9,064 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.154,50.
Na comparação com junho de 2019, houve avanço de 32,76% no valor médio diário exportado, ganho de 41,33% na quantidade média diária e retração de 6,06% no preço. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
A China importou 370 mil toneladas de carne suína em maio, alta de 86% na comparação com mesmo mês do ano anterior, mostraram dados de alfândega nesta terça-feira, com compradores aumentando as aquisições externas após um colapso na produção doméstica, conforme reportagem da Reuters.
As importações totais de carne suína nos primeiros cinco meses do ano alcançaram 1,72 milhão de toneladas, disse a Administração Geral de Alfândegas, disparando 146% sobre mesmo período do ano anterior.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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